Gestão de Pessoas

Lagarta Ou Borboleta, Eis a Questão? a Empregabilidade e a Liderança.

Por Prof. Fábio Botteon

As transformações são uma realidade no século 21. Vive-se um cenário comportamental extremamente complexo sob as óticas gerencial e operacional. Atualmente o mundo corporativo nos exige competências comportamentais necessárias para manter a empregabilidade muito diferente das competências anteriormente buscadas no mercado de trabalho.

Há vinte anos a busca por um trabalhador se focava em conhecimento técnico especializado, currículo enciclopédico, pontualidade, assiduidade, vocação, cumprimento formal de obrigações, além de se viver uma cultura de hierarquização e submissão.

Atualmente vive-se um momento de transformação da velha cultura frente a empregabilidade. Vivemos um celeiro de muitos profissionais disponíveis no mercado com boa formação e conhecimento técnico, porém com discreto desenvolvimento da inteligência emocional, articulação cultural e capacidade de networking. Encontram-se profissionais que cumprem formalmente as obrigações, porém de forma genérica, não se preocupando com detalhes que trazem competitividade à empresa. Muitos líderes tem medo de desenvolver seus colaboradores, porém do outro lado também se encontra muitos colaboradores com medo de se desenvolver ou sair da zona do conforto.

Muitas pessoas ficam reféns eternas da pergunta: “O que você vai ser quando crescer?” e essa pergunta ronda sua mente por anos e anos. A maturidade emocional se caracteriza por um estado evolutivo no qual nos tornamos mais competentes para lidar com as dificuldades da vida e por isso mesmo com maior disponibilidade para usufruir de seus aspectos lúdicos e agradáveis. Talvez a principal característica da pessoa madura esteja relacionada com o desenvolvimento de uma boa tolerância às inevitáveis frustrações e contrariedades a que todos nós estamos sujeitos.

A hierarquização no organograma da empresa é uma realidade necessária frente ao trabalho, porém a submissão é discutível, visto que a empresa necessita de profissionais responsáveis, de comportamento maduro e com flexibilidade para formar uma equipe coesa. O autoritarismo sai de cena e entra a autoridade na postura do gestor e de toda sua equipe. Atualmente para que um gestor possa apresentar resultados impressionantes, seu poder se constitui na autoridade, conhecimento e inteligência emocional, não em um poder coercitivo e manipulativo. Poder se conquista com autoridade, vínculos afetivos, com um olhar diferenciado frente ao outro, no alinhamento de valores e objetivos comuns, no estar junto e não olhando por cima. Oprimir, prevalecer um em detrimento ao outro, propiciar um clima de facínora e vítima, um contexto de barganha não evidencia uma postura esperada de um líder, mas sim um comportamento autoritário e imaturo de gerir.

Quais transformações seus colaboradores estão vivenciando? A mudança acontece em um indivíduo quando é percebida sua necessidade e aí sim estimulada pelo líder.

Uma lagarta se transforma em uma borboleta quando está um ambiente propício para a transformação. A lagarta não tem medo de se deixar transformar, por mais que não saiba o que vai acontecer. Seu desapego em tornar-se algo novo e faz com que ela mude 99% de sua configuração genética. Não é fascinante! E o melhor é que o resultado final é surpreendente! Imagina se ela batesse o pé (ou pés) e se negasse a virar borboleta! E você? Quer ser lagarta ou borboleta?

Pense em que líder você está sendo? Você é referência por suas ações ou pelo seu jeito carrancudo e inflexível de ser? Você apresenta maturidade frente aos seus colaboradores? Você valoriza fofoca no ambiente organizacional? Os líderes de destaque na atualidade são pessoas com inteligência emocional e que aprendem a desenvolver sua equipe. Paul Hersey e Kenneth Blanchard apresentam em sua teoria da liderança situacional um modelo ideal para os momentos de crise, tensão e necessidade de elevação da produtividade. Por meio dessa teoria, as dificuldades são minimizadas e os objetivos da empresa alcançados. O gestor com esse perfil delega as tarefas aos colaboradores de acordo com as aptidões ou deficiências que eles possuem, por isso, precisam estar atentos aos pontos fortes e fracos dos funcionários. Afinar a percepção, flexibilidade e inteligência emocional são um dos segredos do sucesso nesse novo cenário econômico-cultural em que as empresas estão vivendo.