Coaching Gestão de Pessoas

Desemprego e o Medo da Crise: Como Isso Afeta a Sua Carreira?

Por Profa. Dra. Ana Paula Arbache

Para a Confederação Nacional das Industrias, o índice que mede o crescimento do medo do desemprego aumentou vertiginosamente, apontando para um recorde frente aos dados medidos desde 2012 (de 73,5 de março de 2012, para 98,8 de marco de 2015). Também pelos dados da CNI o crescimento do tempo para a recolocação de executivos e diretores no mercado está mais alargado (em 2010 era entre 3 e 6 meses e em 2015 está entre 12 meses).

A economia em crise já avança para um cenário acentuado de desemprego e faz com que empresas e profissionais enfrentem, com dificuldade, os desafios que ora se apresentam.

As empresas estão certas de que o ano será de demanda baixa, ambiente inflacionário, redução de crédito, aumento dos custos da operação, que refletem em uma acentuada desaceleração da economia e, por conseguinte, das atividades empresarias. As evidências batem às portas de jovens e pais de família que já estão sendo dispensados, devido a processos de reestruturação empresarial, nos quais o desligamento, é uma das saídas. A demanda fraca faz com que as empresas busquem maior competitividade e, para isto, irão lançar mão de estratégias que, com certeza, irão influenciar nas políticas de gestão de pessoas. Desde o enxugamento da hierarquia, passando pela fusão de departamentos e cargos, a terceirização de alguns setores, a redução de jornadas, até mesmo as demissões e, se com todas estas estratégias não conseguirem levar adiante a sua missão, as empresas podem chegar ao pedido de recuperação judicial (Folha de São Paulo, 12/04/2015 – Mercado B4).

Mas o quê isto tem a ver com a carreira?

Em recente trabalho o qual fui orientadora, Mazotti (2014) buscou entender “Como o medo e consequentemente a sensação de insegurança impacta a relação empregado e empregador, e as possíveis repercussões nos resultados da Empresa? No estudo, Mazotti (Idem) aponta que o medo, a insegurança, a angustia e a impotência dos empresados, interferem sobremaneira nos resultados da empresa. Evidente que, em períodos de crise, isto afetará a sobrevivência do empregado em seu ambiente de trabalho.

A relação é direta entre a tensão gerada por um cenário de alto do desemprego e a sensação de medo, que para muitos empregados tem a função de impedir as forças para o trabalho. O pensamento reside em duas angústias: a primeira é referente ao medo de ser demitido e a segunda ao medo do que irá acontecer pós demissão. Para os que não estão fortes suficientes para encarar os desafios do novo cenário que se instalou no mercado brasileiro, o medo pode ser o gatilho para a própria demissão!

Sendo assim, é preciso entender o medo e o seu papel dentro das empresas e cabe ao profissional, conhecer o papel do medo em sua vida! É preciso tomar conhecimento dos seus pontos fortes e fracos, para que possa estar melhor preparado para vivenciar a situação difícil que se instalou. O valor do auto-conhecimento é extremamente importante, para não deixar sabotadores (como o medo) minar o bom desempenho e a capacidade de resultados tangíveis para a empresa.

O profissional que não está atento aos impactos que o medo pode gerar, estará mais sensível aos efeitos do mesmo, podendo prejudicar a sua saúde física e mental, se fragilizando ainda mais, em um cenário de mercado onde se busca robutez e coragem!

Referências Bibliográficas:

MAZOTTI, Melina. “Como o medo e consequentemente a sensação de insegurança impacta a relação empregado e empregador, e as possíveis repercussões nos resultados da Empresa? 2014. 31 f. (Trabalho de Conclusão de Curso) – MBA em Liderança e Gestão de Pessoas, Business School, São Paulo.

Busca por competitividade deve crescer e ampliar o desemprego: empresas que já planejavam reestruturação tendem a ampliar cortes com a demanda mais baixa. FOLHA DE SÃO PAULO, São Paulo, 12/04/2015. Caderno Mercado, P.B4.

Ana Paula Arbache

Ana Paula Arbache

Pós-doutora em Educação pela PUC/SP. Doutora em Educação pela PUC-SP. Mestre em Educação pela UFRJ. Certificada pelo Massachusetts Institute of Technology/MIT- Challenges of Leadership in Teams (2015), Leading Innovative Teams (2018). Docente dos cursos de MBA e Pós MBA da Fundação Getúlio Vargas. Orientadora e avaliadora de trabalhos de pós-graduação. Sócia Diretora da Arbache Innovtions, responsável pelas ações de Gestão de Pessoas, Liderança, Governança Corporativa, Sustentabilidade Ética, Social e Ambiental e Elaboração e Aplicação Jogos de Negócios. Pesquisadora e autora das obras: A Educação de Jovens e Adultos Numa Perspectiva Multicultural Crítica (2001), Projetos Sustentáveis Estudos e Práticas Brasileiras (2010), Projetos Sustentáveis: Estudos e Práticas Brasileiras II (2011), Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos (2012), A crise e o impacto na carreira (2015), O RH Transformando a Gestão – Org. (2018). Certificação em Coaching e Mentoring de Carreira para Executivos. Mentora do Capítulo PMI/SP. Curadora e Colunista do blog arbache.com/blog e Página Mundo Melhor de Empoderamento Feminino Arbache innovations. Fundadora do Coletivo HubMulheres. Palestrante em encontros nacionais e internacionais.

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