Coaching Gestão de Pessoas

Selvagem e Polemicamente Evolutivo

Certa vez li em algum lugar que adotamos o “evolutismo” naturalmente, e neste texto existia uma comprovação de como funciona, eu não encontrei o texto original, mas… espera um pouco… Eureka! Acabei de encontrar um conceito, e na concepção vygotskiana as funções mentais foram consideradas um sistema aberto, de grande plasticidade e que reagimos sim com funções mentais superiores. Lembro que o texto dizia mais ou menos assim: Antigamente, há alguns mil anos atrás a espécie humana não conseguia imaginar um objeto, apenas observava no momento presente, e se desse as costas contra o mesmo seria incapaz de reproduzi-lo com sua imaginação, em pensamento. Vamos considerar que este objeto seja uma garrafa. Com o passar dos anos o ser humano em sua pré-história começou a adquirir a capacidade de imaginar a garrafa mesmo sem olhar para ela, alguns anos depois conseguiu imaginar duas garrafas e esse número começou a aumentar a capacidade de imaginação intencional.

Vamos dizer que em certo momento este humano pré-histórico podia facilmente imaginar 5 garrafas. Hoje, faça um teste consigo, imagine 5, aumente para 10, e persista na tentativa de “visualizar” o máximo de garrafas possíveis. Essa evolução é constante, provavelmente chegará a algum numero próximo de 50 garrafas, mas no futuro, seus netos certamente serão capazes de visualizar um numero muito maior.

Isso é apenas para comprovar que somos animais (evoluídos), mas carnívoros, mamíferos, e consideravelmente racionais. Cercados por tablets, computadores, smartphones, a infância e a juventude percorre em um mundo intenso de memorização ativa, capacidade de planejamento, e lembrança voluntária, um império de imaginação dominante. Isso quer dizer que podem possivelmente passar o dia inteiro literalmente no mesmo lugar, mas transitando pelo mundo virtual muito maior que o mundo físico em que vivemos. Inclusive podem vivenciar experiências estrangeiras, sem gastar um centavo com passagem, hospedagem etc.

Mas o mundo verdadeiro… não, não, mundo verdadeiro não… não quero que fique a impressão de que o mundo virtual seja falso, então… o mundo “físico” está ficando pequeno para o crescimento populacional desta ordem, o que causa desconforto nos mais diversos exteriores, mesmo que o mundo físico possa ser facilmente expandido com nossa capacidade imaginária, é ainda onde nosso corpo – físico – está. Mas dividir filas de banco, mercado, lotérica, padaria, elevadores, a todo o tempo, o tempo todo, castiga a liberdade intrínseca de direito exclusivo que autoconhecemos, embora sejamos geneticamente predispostos a conviver dentro da vida social.

Dividir espaço também não é algo que os animais em geral apreciam. O extinto defende que precisamos proteger e nos resguardar em nosso ambiente sem intervenção de outras espécies, exceto se “autorizado” pelo ser dominante. Testes em laboratórios demostram que camundongos, quando começam a sofrer aumento populacional em um espaço físico, reagem agressivamente. Primeiro começam a ficar agitados, depois se comportam com violência das mais diversas, como: mordidas, ataques sexuais, canibalismo e agressões tão severas que pode resultar na morte de outro camundongo.

Esse experimento foi realizado em 1962 por John Calhoun, e publicado na revista Scientific American. A partir daí muitos behavioristas puderam se aproveitar de um material de extrema observação e reflexão, ao mesmo tempo de revelação surpreendentemente polemica.

É claro que as variáveis intermediatistas das causas sociais de violência são sem-número e principalmente alocadas dentro de temas como desigualdade econômica; ambiente; educação; drogas; regras sociais. Refletindo sobre as regiões menos privilegiadas do Brasil, onde o convívio social é desgastado por falta de educação; más condições de moradia e alimentação; e superpovoado, é neste ambiente que voltamos ao cenário do experimento com animais já comentado neste material, entenda que não pretendo rebaixar níveis sociais por mero julgamento, mas compreender a proveniência das reações de violência/agressão, como se originam, e cientificamente elaborar um entendimento mundano para que a sistema de defesa e proteção.

Observamos tragédias, mais uma vez um oficioso sem-número histórico e constante, nos canais televisivos onde a barbaria se combina. Crimes sem razão lógica de ser, matança por simples matança, carnificina social dentro do sistema de países subdesenvolvido econômico e socialmente. E, em sua grande maioria, são causados por pessoas que habitam estas vilas ou favelas prejudicadas e mal estruturadas.

Não é em curtíssimo prazo que a mudança, ou melhor, a cura contra esta “insanidade” comportamentalista chegará a algum consenso. É imprescindível que governadores e a sociedade em geral alcance a ideia de que se deve entender a violência, carece consideração como “doença social” de convívio, e que como as outras, podem ser facilmente transmissíveis, epidêmicas, ou ainda, com muita sorte, exterminadas.

É aqui que um trabalho de inteligência aplicada entra em obra, para conter, transformar, e reorientar a partir dos aspectos biológico e de causas multifatoriais, uma nova ordem de comportamento sócio culturalmente harmônico.