Estratégia Liderança

O Papel do Líder No Alinhamento da Equipe Aos Objetivos Estratégicos

Prof. Dr. Carlos Eugênio Friedrich Barreto

No artigo de 02/Mar/2015, comentamos que o sucesso de um empreendimento depende basicamente de três fatores – uma estratégia adequada, processos organizados e pessoas capacitadas e motivadas. Vamos analisar a importância do trabalho do líder na condução dessas pessoas capacitadas e motivadas para o êxito da estratégia. Bem, quando falamos de pessoas é necessário lembrar que pessoas se engajam aos projetos empresariais e neles permanecem à medida que neles encontram realizações pessoais e profissionais. Para que isso aconteça é indispensável a atuação do líder, figura capaz de organizar recursos, gerar capacidades e desenvolver competências, integrando pessoas, ideias e vontades na busca de objetivos que respondam aos interesses da organização e dos seus stakeholders.

É função do líder, juntamente com sua equipe, fundamentar o propósito organizacional voltado à entrega de valor aos seus stakeholders, definir uma visão organizacional inspiradora capaz de motivar a todos na construção e busca do futuro, amparado em valores compartilhados por todos. Portanto, o cumprimento da missão/propósito organizacional é um desafio coletivo à organização. Isso é feito com a participação de todos os seus colaboradores e cabe ao líder conduzir o processo de planejamento e implementação das estratégias necessárias e adequadas.

O planejamento da estratégia demanda uma parcela razoável de tempo e habilidades. Entretanto, está na implementação o maior desafio do líder e dos líderes responsáveis pela gestão em todos os níveis da organização. A implementação bem-sucedida de uma estratégia exige pelo menos quatro habilidades centrais do líder: – habilidade de integração, visando integrar os membros da equipe de modo que cada um se disponha a entregar o máximo de sua capacidade segundo suas competências; – habilidade de organização, capaz de identificar e alocar os recursos organizacionais necessários à implementação da estratégia, sobretudo formando uma rede de pessoas capaz de prevenir e solucionar problemas; – habilidade de observação e análise, é a capacidade de ler informações e identificar se há algo que obstrua ou dificulte a implementação; também, – habilidade motivacional, compreende a capacidade de se manter em elevado nível de automotivação, bem como criar um ambiente de contagiante entusiasmo à equipe.

Dentre as quatro habilidades, acima descritas, a motivacional merece destaque especial. Desde a experiência de Hawthorne (1927 a 1932), conduzida pelo médico e antropólogo, professor da Escola de Harvard, George Elton Mayo, sabemos da relação direta existente entre desempenho de equipe de trabalho e o seu nível de motivação. Por isso, além do dinheiro e dos benefícios instrumentais oferecidos pela empresa, em troca do trabalho de cada um, segundo Sandel (2015), cabe ao líder despertar em sua equipe o senso de orgulho e responsabilidade. Se os colaboradores acreditarem que o único motivo do seu trabalho e dedicação é a remuneração objetiva, perceberão o desgaste da sua identificação com a empresa e perderão o sentido de compromisso com a missão corporativa e o entusiasmo pelo trabalho.

É, portanto, atribuição do líder prover condições para a construção da cultura organizacional, fundamentada em elevados valores éticos e morais, capaz de moldar atitudes e comportamentos amplamente aceitos e identificados com os valores da sociedade onde a empresa se faça presente, bem como promover a motivação e o compromisso de todos com essa cultura e assim, alinhar a equipe aos interesses organizacionais, de modo que cada um encontre o seu verdadeiro papel na busca dos objetivos estratégicos da organização, sentindo-se respeitado, reconhecido e realizado com o seu trabalho. Assim, ao final do período, quando somados os resultados dos esforços dedicados de cada membro da equipe, a organização muito certamente terá alcançado seu propósito.

Palavras chave: Ambiente. Economia. Água. Projeto.

Referência Bibliográfica

SANDEL, M. Quase tudo está à venda. HSM Management, São Paulo, edição 108, p. 20-4, Jan./Fev., 2015.