Liderança no pós-pandemia enfrentará novas realidades e desafios.
Introdução
Essa questão foi feita em um ambiente de reflexão a respeito da liderança na inovação, onde estavam presentes mais de 150 estudantes de um programa de formação internacional de lideres para ambientes inovadores. Uma das respostas de um dos líderes foi: “eu não serei normal!”
Sim, é muito claro que o ambiente em que vivemos não é o mesmo e que o ano de 2022 será afetado pelos efeitos colaterais desse tempo que vivemos. E isso pode gerar impactos negativos ou positivos, dependendo de como encaramos esse momento.
Para as lideranças, essa é uma questão importante, pois os líderes precisam estar à frente de seu tempo para suportar suas organizações em seus processos de sustentabilidade e crescimento. Por isso, a pergunta é muito pertinente.
As reflexões advindas do debate abordaram a construção de novas competências comportamentais e técnicas para viver em um ambiente de constante transformação. O grupo também debateu quais as competências que precisaremos desenvolver para liderar em 2022.
O mundo em que vivemos e os novos acrônimos:
Conhecemos de longa data o Mundo VUCA, mas o momento atual traz novos acrônimos importantes para o entendimento das organizações e líderes, que precisam dominá-los para atuar com maior prontidão. São eles: os mundos BANI e TUNA, como vemos na figura abaixo:

Outro debate muito importante também coloca em cena um acrônimo que não é novo (foi criado em 2004 pelo Banco Mundial e ONU), que é o ESG (environmental – social – governance, ou, em português, meio ambiente – responsabilidade social – governança). Ele endereça práticas organizacionais voltadas para as áreas social, ambiental e de governança.
Esse acrônimo está sendo altamente discutido pelo universo financeiro e está orientando os processos de investimento e desinvestimento de ativos. O seu foco é desenvolver um novo ecossistema financeiro voltado para a economia de baixo carbono.
Essa economia foi postulada pela Agenda 2030 e pelo Acordo de Paris, que envolvem grandes stakeholders globais em torno do compromisso em relação às mudanças climáticas.
As competências para os líderes em 2022
Os desafios trazidos por esse cenário fazem com que as empresas e suas lideranças tenham que se mover, com maior velocidade, para acompanhar a competitividade global e a demanda por inovação em todos os setores da sociedade.
Em 2015, Peter Diamandis, no livro “Organizações Exponenciais”, nos dava as boas-vindas “à era das mudanças exponencais”. Isso tudo, antes de sequer podermos imaginar a Covid-19 e as mudanças que ela trouxe para nosso mundo.
De cinco anos para cá, muita coisa mudou e vai mudar ainda mais! Esse caminho sem volta e nada óbvio nos mostra que não temos mais como usar as mesmas soluções para os mesmos problemas, pois há novas variáveis que orientam outras saídas.
Para resolver os problemas novos é preciso pensar diferente, é preciso um novo “mindset” mais flexível e adaptável, colaborativo e que seja capaz de pensar criticamente a respeito daquilo que precisa ser resolvido. Essas competências serão primordiais para que o líder possa viver esse tempo de transição. Não temos mais as certezas que tínhamos no passado, mas podemos ter os olhos generosos para o futuro!
É com esse pensamento que a pergunta do início do texto pode ser respondida: com olhar generoso e fértil para o futuro. Para isso, teremos que estar conscientes desse momento transitório, aproveitando o presente para aperfeiçoar nossa inteligência emocional, desenvolver nossas capacidades de resolver problemas complexos com redes colaborativas dentro das organizações e promover processos de open innovation.
Precisamos gerar conectividade para criar elos importantes e aprendizados coletivos, promovendo o autoconhecimento para fortalecer nossos valores e forças, que vão nos levar adiante em ambientes incertos, sem o sofrimento e a incerteza que nos sabotam.
Essas competências comportamentais ganham outros aliados que são emergentes desse tempo que vivemos. São parceiros como as tecnologias trazidas pela Revolução 4.0 e presentes na sociedade 5.0 (focada na fusão dos dados das tecnologias distribuídas, como Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Robótica, Blockchain, entre outras).
Elas podem ser grandes aceleradores do nosso desenvolvimento como lideres. O uso de inteligência artificial pode nos ajudar a “degustar” novos comportamentos e entender como nós nos desenvolvemos. Isso trará feedbacks e dados capazes de orientar nossa ação como líderes, e ferramentas como o machine learning vão nos ajudar a tomar decisões rápidas e precisas.
Conclusão
Nós temos a chance de virar o jogo após todas as dificuldades trazidas pela pandemia e fazer desse momento de transição uma grande experiência de crescimento, por meio da exploração de novos caminhos.
Para isso, temos que explorar as novas possibilidades do mercado e ter a consciência de que não seremos líderes “normais” como antes. Mas podemos ser uma versão muito melhor de nós em 2022 e seguir crescendo.
A minha resposta para a pergunta que abriu o texto? Nós seremos mais desbravadores do que nunca!
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