Empreendedorismo e Inovação Liderança

A liderança no período pós-pandêmico: tendências emergentes no mundo dos negócios

Liderar já não é tarefa fácil. Liderar em um período incerto e altamente competitivo, então, é mais difícil ainda! O que o mundo TUNA (Turbulento, Incerto, Novo e Ambíguo) e o mundo BANI (Frágil, Ansioso, Não Linear e Imprevisível) nos mostram é que liderar pessoas nestes cenários exigirá das lideranças um movimento turnaround.

Sim, um movimento mais radical, de pivotagem, para compreender os aspectos que podem trazer positividade para essa função. Para isso, será preciso desenvolver novas competências para agir e reagir rapidamente!

Desafios da pandemia

É certo que as equipes estão carregando o fardo de um período pandêmico extremamente desafiador para toda a humanidade. Uma boa parte da força de trabalho sofreu com os impactos desse movimento que colocou a vida humana em cheque. As emoções se tornaram frágeis, a atenção mais dispersa e a adaptação para o trabalho remoto árdua, pois as vidas privada e profissional se misturaram.

Enquanto todos nós estávamos lutando para sobreviver, o mundo estava acelerando, ou melhor, algumas partes dele. Os países que gerenciaram a pandemia com melhor performance voltaram à ativa com mais rapidez. As pessoas sofreram menos, as empresas puderam retomar suas atividades e o mercado reagiu com maior celeridade.

Isso fez bastante diferença, porque impactou e segue impactando diretamente a competição do mercado. Portanto, é importante entendermos que, independentemente de nossa condição de volta do período pandêmico, o mundo está altamente competitivo. O novo mercado vem demandando das empresas e seus líderes resultados diferenciados para acelerar a retomada econômica.

O poder da economia digital

Outro fato relevante foi que esse período de chegada exponencial de inovações no mercado. A sociedade embarcou, em grande medida, no uso dessas tecnologias e criou novos hábitos de vida e de consumo por conta disso. Com as limitações de mobilidade, as pessoas utilizaram plataformas online para abastecer suas necessidades cotidianas: alimentação, saúde, lazer, entre outros. A economia digital se tornou poderosa e vigorosa em todo planeta!

Além de movimentar o consumo online, essas operações geraram inúmeros dados que vão, agora, revolucionar as estratégias das empresas e o mercado de consumo. Tudo isso vem na esteira da chamada Sociedade 5.0. Este termo trata da fusão dos dados coletados pelas tecnologias advindas da Revolução 4.0 (big data, people analytics, blockchain, entre outras).

Ao conectar os dados dessas tecnologias, cria-se um “novo mundo”, capaz de gerar operações completamente digitais (chamadas de gêmeos digitais). O que antes era feito pelo homem, agora poderá ser realizado por automação e inteligência artificial (IA).

O que isso muda para a liderança?

Tudo! Muitas operações que eram realizadas por seus liderados podem ser substituídas por esses novos colaboradores (automação e IA). E isso já está acontecendo em equipes neste momento que você lê este artigo.

Desta forma, é possível alcançar o que o mercado demanda: acelerar a de recuperação pós-pandemia, reduzir custos, aumentar a produtividade, etc..

As lideranças devem estar preparadas para entender quais operações seus times podem desempenhar com competitividade e quais podem ser realizadas com automação ou IA, garantindo que a performance da equipe vai atender às expectativas e decisões da empresa.

Parceria com as equipes, é preciso!

Também precisarão ser parceiras de suas equipes. Os líderes devem lhes dar a oportunidade de aprender e desaprender, criando uma cultura na equipe de aprendizado contínuo. Dessa forma, será favorecida a sua mobilidade funcional em caso de substituição do seu posto de trabalho por uma tecnologia.

Esse aspecto está ligado a outra agenda forte apresentada pelo Fórum Mundial de Davos, em outubro de 2020: o “Reset Work” ou “Reskilling Revolution”. Conforme essa agenda, cerca de um bilhão de pessoas terão de ser qualificadas e requalificadas para atuar no mercado de trabalho no pós-pandemia. Isso se deve a três fatores:

  1. Introdução de novas tecnologias nas cadeias produtivas de todos os segmentos.
  2. Revolução causada pela fusão dos dados trazidos pela Sociedade 5.0.
  3. Ausência de competências necessárias para estar presente nesse novo contexto.

Portanto, as lideranças precisarão se atualizar e ajudar a capacitar seus times para lidar com todas essas transformações ao mesmo tempo.

Além disso, os líderes deverão se atentar a outra demanda global nascida dos preceitos da Agenda 2030 da ONU. Também chamada de Acordo de Paris, ela traz os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, voltados para a economia de baixo carbono e questões humanitárias urgentes.

Essa agenda ganhou ritmo acelerado pela adesão do mercado financeiro ao colocar na pauta a agenda ESG. Larry Fink, CEO da BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, escreveu uma carta relatando que não só não iria investir em ações que não estivessem alinhadas à agenda ESG, como também retiraria os investimentos feitos nas organizações que não seguissem essas diretrizes. Isso já vem mudando muito o mundo! 

Mas o que significam essas três letras?

E) Responsabilidade ambiental.

S) Responsabilidade social.

G) Governança empresarial transparente, diversa e responsável.

Para operar no mundo pós-pandêmico é também preciso estar alinhado com essas diretrizes.  E como o líder deve lidar com isso? 

Além de atentar-se à chegada de novas tecnologias e ao uso dos dados trazidos por elas, também é preciso promover ações alinhadas aos preceitos ESG. Os projetos, produtos e serviços deverão estar conectados à estratégia mais ampla da empresa no âmbito ESG.

A liderança para a sustentabilidade nunca foi tão demandada e será um divisor para os líderes que estarão na ativa nesses novos tempos. Assim, também será necessário levar seus liderados a desenvolver conhecimentos, habilidades e atividades para aplicar em suas funções tais premissas.

Resumindo: liderar no período pós-pandêmico será mais desafiador ainda, pois o líder precisará trazer seus liderados para essa pegada robusta da recuperação econômica e agregar os preceitos dessas agendas complexas e demandantes mundialmente. São elas:

  1. Agenda Reset Work
  2. Agenda ESG.

Tudo isso em um ritmo ainda mais acelerado, no qual a  filosofia ágil pode ser a grande aliada das lideranças.

Quer saber se você está preparado(a) para essas transformações? Conheça os Assessments SELF Liderança 4.0 e SELF Profissional do Futuro e faça o mapeamento de  suas soft skills. Você pode também aprender as desenvolver essas competências e seus pontos fortes e fracos por meio do Trainer Game, com trilhas de aprendizagem inovadoras que aprimoram competências comportamentais de liderança e inovação de forma online e ágil.

Ana Paula Arbache

Ana Paula Arbache

Pós-doutora em Educação pela PUC/SP. Doutora em Educação pela PUC-SP. Mestre em Educação pela UFRJ. Certificada pelo Massachusetts Institute of Technology/MIT- Challenges of Leadership in Teams (2015), Leading Innovative Teams (2018). Docente dos cursos de MBA e Pós MBA da Fundação Getúlio Vargas. Orientadora e avaliadora de trabalhos de pós-graduação. Sócia Diretora da Arbache Innovtions, responsável pelas ações de Gestão de Pessoas, Liderança, Governança Corporativa, Sustentabilidade Ética, Social e Ambiental e Elaboração e Aplicação Jogos de Negócios. Pesquisadora e autora das obras: A Educação de Jovens e Adultos Numa Perspectiva Multicultural Crítica (2001), Projetos Sustentáveis Estudos e Práticas Brasileiras (2010), Projetos Sustentáveis: Estudos e Práticas Brasileiras II (2011), Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos (2012), A crise e o impacto na carreira (2015), O RH Transformando a Gestão – Org. (2018). Certificação em Coaching e Mentoring de Carreira para Executivos. Mentora do Capítulo PMI/SP. Curadora e Colunista do blog arbache.com/blog e Página Mundo Melhor de Empoderamento Feminino Arbache innovations. Fundadora do Coletivo HubMulheres. Palestrante em encontros nacionais e internacionais.

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