Na hora de atender as diversas expectativas dos stakeholders de um projeto na Internet, quais agregam mais valor? A tentação de priorizar os aspectos visuais do produto final sempre é mais forte do que a necessidade de atender aos requisitos associados à sua eficácia. Bons argumentos para focar sempre existem para ambos, mas o importante é encontrar um ponto de equilíbrio na hora de estabelecer quais os requisitos mais relevantes.
Este artigo intitulado “Quem é que ainda usa as velhas pastas executivas?” (http://www.valor.com.br/cultura/2834652/quem-e-que-ainda-usa-velhas-pastas-executivas) – é realmente muito interessante, e faz refletir.
Trata de um assunto que, apesar de aparentemente trivial, demonstra como as aparências geradas por algo que muitos considerariam com sendo um simples adereço, satisfaz quem o carrega e cativa quem o vê (pois evoca profissionalismo, sucesso, elegância e sofisticação).
Os autores argumentam que, embora não mais sejam acessórios obrigatórios para o profissional do século XXI, pastas executivas ainda simbolizam status – apesar de haver grandes divergências sobre sua praticidade e utilidade para os dias de hoje. Podem ser de “couro costurado à mão” para executivos que priorizam sua elegância, como cita o texto, ou de material sintético – para os profissionais mais moderninhos e “decolados”.
Para aqueles que têm as mãos constantemente ocupadas com tablets, smartphones e laptops (e a atenção “na nuvem”), versões modernas – que deixam a desejar nos quesitos de elegância, sofisticação e estilo, servem para carregar todo este aparato, necessário para quem tem muito a fazer e não tem tempo a perder.
Da mesma forma que o estilo pode ser um elemento determinante para se escolher uma pasta executiva – relegando sua eficiência a um segundo plano, em um projeto na Internet se nota que uma das grandes preocupações que dominam as pautas de reunião é “o visual”. Contraditório? Talvez. Rousseau sugere que “a razão faz o homem, mas é o sentimento que o conduz”. Nem todas as nossas decisões são baseadas apenas na lógica.
Muitas vezes, é considerado mais importante o quanto um site vai ser “cool” e “descolado”, do que aspectos relevantes à usabilidade, conteúdo, estrutura de navegação, proposta de valor agregado, alinhamento com a estratégia de comunicação da empresa, entre outros pontos.
Você já ouviu esta frase? “As aparências enganam!”. Na web, isso é muito mais do que um clichê. É uma realidade. Triste realidade, que é percebida tarde demais. Ou até mesmo nunca, por quem deveria.
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