Carreira Gestão de Projetos

Não Basta Ser Moderninho, Tem Que Ter Conteúdo: a Matriz de Responsabilidades No Seu Projeto Web.

Muitas empresas que desenvolvem ou contratam serviços de desenvolvimento de projetos digitais já estão, de certa forma, bem maduras e produzindo estruturas digitais tecnicamente respeitáveis. No tocante à adaptação destas organizações – de modo à sustentar a geração de conteúdo para se manter relevante frente aos seus targets, a realidade pode ser bem diferente.

Uma ocorrência corriqueira na rotina do desenvolvimento de projetos para a internet, é o pouco ou nenhum planejamento integrado (guardem esta definição) do desenvolvimento do conteúdo.

Em qualquer etapa do ciclo de vida de um projeto em mídia digital, três aspectos relevantes sempre estarão envolvidos:

A geração do conteúdo: para se entregar um projeto, o conteúdo geralmente é parte da fase de produção, mas deve ser considerado já no planejamento, pois requer o uso de recursos, como qualquer outro trabalho correlato.

A transmissão do conteúdo: o conteúdo gerado deve atingir diversos alvos diferentes, muitos deles simultaneamente, e não poucas vezes desmembrando a informação “macro” em pontos de contato calculados para – em sintonia – agregarem mais valor ao resultado final.

A captação e decodificação de feedback sobre o conteúdo publicado: não se trata de um simples “curtir”, e sim da geração de (de certa forma) conteúdo inédito e espontâneo junto aos receptores da mensagem gerada pelo conteúdo original. Este feedback ocorre sob a forma de ações (idealmente) previstas, o estabelecimento de um canal para o diálogo com as fontes emissoras, e/ou outras reações planejadas (ou mesmo não). Esta captação infere que métricas para auferir o grau de qualidade da resposta/reação realizada possa ser mensurado, frente aos objetivos estabelecidos.

Boas práticas da comunicação implicam em levar um conteúdo relevante aos receptores identificados certos, em um momento o mais conveniente para os mesmos, e com um formato condizente tanto com o perfil destes “targets” , quanto com o canal utilizado. Dependendo do volume e frequência de publicação, pode ser uma tarefa hercúlea, e nem sempre viável para a empresa geradora.

O que tem para hoje

O desenvolvimento do conteúdo em uma organização compradora de serviços de desenvolvimento de um projeto de mídia digital, não poucas vezes, é delegado às diversas áreas funcionais, e realizado por recursos os quais não têm uma visão integrada (lembraram desta definição?) do projeto e seus objetivos de negócio. A razão mais comum de terem sido responsabilizadas com este trabalho é possuírem (presume-se) um conhecimento técnico (e muitas vezes profundo, especializado) do tema sobre o qual devem desenvolver. Por este motivo, o formato e estrutura do conteúdo gerado nem sempre condiz com os objetivos alinhados ao projeto; não se trata apenas de adequação técnica, e sim contextual.

Da mesma forma, esta demanda afeta como a empresa, deste ponto em diante, vai disponibilizar recursos para dar continuidade à geração do conteúdo (sob a forma de atualizações). E esta alocação não é nem eventual, nem informal, mas representa um dispêndio considerável, se for realizada de maneira profissional e visando gerar resultados.

Como se sabe, mídias digitais são – por natureza – extremamente voláteis, e o consumo da informação tem um giro muito rápido, fato que pode demandar um esforço considerável – por parte da organização mantenedora – para atender a tal demanda. Muitas organizações compradoras de projetos definem – até com certa clareza – os requisitos de desenvolvimento para o lançamento de uma estrutura digital, porém não levam em conta a necessidade de se estabelecer requisitos organizacionais, no tocante à adaptação da organização em si.

Não deixe a peteca cair!

Em resumo, empresas compradoras de projetos em mídia digital devem se “transformar em editoras”, integrando seus departamentos como um todo, para comunicar seu conteúdo digital com clareza, consistência e obter os resultados estratégicos esperados.

A empresa contratada para desenvolver seu projeto na web não vai desenvolver este conteúdo, por não ser nem sua competência, nem sua responsabilidade (a não ser que se inclua este trabalho no contrato – mesmo assim, deverá ser elaborado um “material de referência” pela empresa contratante, e validado pela mesma; o esforço é similar).

Se você trabalha (ou foi contratado por) em uma organização que já possui estas características, sorria. Você é um dos poucos eleitos.

Crédito da imagem: http://wtf-pictures.feedio.net/mona-lisa-in-modern-times/

 

Mathias Carvalho

Mathias Carvalho

Especialista em mídia digital, desde 1997 trabalhando com planejamento estratégico e gerenciamento de projetos digitais. Professor no MBA em Ger. de Projetos FGV. Doutorando na Rennes SB/FRA, focado em jogos sérios. Mestrado em Marketing Internacional pela UNLP/ARG; MBA em Gerenciamento de Projetos e CEAG pela FGV. Certificados PMP, PRINCE2 e SFC.

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