Sustentabilidade

ESG: E – Responsabilidade Ambiental

Para colocar a agenda ESG em ação é preciso coragem e inovação, uma vez que não é mais possível proceder como antes!

ESG é a sigla em língua inglesa para Environmental, Social and Governance. Em português, ASG: ambiental, social e governança. As três letras orientam diretrizes para negócios com responsabilidade ambiental, social e governança responsável e diversa (ARBACHE, 2021). 

Em 2004 a ONU chamou o mercado financeiro para aderir à agenda de sustentabilidade. Entretanto, só aconteceu em 2019 em uma reunião com empresários mundiais.

Com a Carta de Larry Fink, chamando o mercado financeiro para a responsabilidade de investir em negócios que tenham ESG em suas tomadas de decisões, finalmente a agenda de sustentabilidade, nascida na década de 1970, ganhou força e aliados (ARBACHE, 2022). 

A agenda de sustentabilidade mais atual e de impacto global é a Agenda 2030 da ONU, que traz os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para guiar as ações e compromissos assumidos pelos stakeholders.

As diretrizes ESG e a Agenda de Sustentabilidade

As diretrizes ESG fazem parte da agenda de sustentabilidade e indicam que o negócio deve estar alinhado não somente pelos critérios usuais do mercado, mas também por atributos ambientais, sociais e de governança corporativa responsável.

Elas vão além do discurso, são uma opção de negócios que querem atrair investidores, consumidores e força de trabalho que tem como foco a sustentabilidade!

Existem desafios a vencer, paradigmas que colocam a sustentabilidade e as diretrizes ESG como algo difícil de ser alcançado, argumentando que é caro, que não existem profissionais para aplicar essas diretrizes, que depende do tamanho da empresa ou negócio, que não traz retorno para o investimento ou, quando traz, é de longo prazo.

No entanto, aqueles que acreditam e investem, obtêm bons resultados decorrentes destas diretrizes e ações ESG. Para colocar a agenda ESG em ação é preciso audácia, coragem e inovação!

Não é mais possível proceder como antes e é preciso fazer a transição de um modelo linear, para o modelo circular ou regenerativo, tendo a responsabilidade por tudo que “deixa” na sociedade. A responsabilidade ambiental é um dos temas mais maduros em ESG e gera atenção entre os investidores e consumidores. A nova conduta pode ser notada, por exemplo, no segmento de turismo.

Seus diferentes stakeholders são chamados a aplicarem as diretrizes ESG em seus negócios.  Em pesquisa realizada pela Ernest & Young, os consumidores se declararam conscientes e tomando decisões pautadas em ESG.

Alguns deles aderem a cultura do cancelamento e são menos tolerantes, quando veem que as empresas não estão levando isso em consideração. Eles esperam uma conduta mais responsável das organizações e governos, em relação a responsabilidade ambiental (SCOLLO, 2022).

Um exemplo disso é mostrado na pesquisa realizada pela Expedia, que coletou dados em 11 países e mostra que 90% dos entrevistados buscam opções sustentáveis para viajar. Outro dado que chama a atenção é que 7 em cada 10 entrevistados já descartou um destino, ou um meio de transporte que não estava comprometido com o meio ambiente. Os viajantes estão dispostos a pagar até 35% a mais por uma viagem que realmente leve em consideração os aspectos sociais e ambientais (SCOLLO, 2022). 

Sustentabilidade como foco

Esses consumidores possuem diferentes perfis e buscam práticas ambientais que levem em consideração os fatores relevantes como:  utilização de energia renovável, eficiência no uso da água e cuidado com águas residuais, preservação do meio ambiente em  edifícios,  infraestrutura e design, conformidade com  autorizações e  legislação direcionada a preservação ambiental e da biodiversidade, escolha de fornecedores que têm a sustentabilidade como foco,  monitoramento da pegada de carbono por turista/noite, gestão de resíduos, certificações e selos que confirmem boas práticas e os resultados em responsabilidade ambiental. 

A demanda por empresas, produtos e serviços alinhados com a responsabilidade ambiental é favorável na América Latina. Há abundância de recursos naturais e ambientes capazes de atrair consumidores conscientes – é válido lembrar que todos ganharão se encontrarem soluções que conectem consumidores e empresas em torno dessa agenda! 

É certo que as diretrizes ESG não são inseridas nas empresas “da noite para o dia” e devem ser consideradas variáveis em relação a cultura, a operação, as lideranças e a força de trabalho, a natureza do negócio, entre outros.

Qualquer empresa, grande ou pequena, pode iniciar a sua trajetória em torno da responsabilidade ambiental. Para isso é preciso alinhar a estratégia e propósito do negócio, com as prioridades em relação ao compromisso efetivo de colocar em prática o que se estabeleceu.

Abaixo, seguem temas relevantes que ajudam no alinhamento da estratégia e das ações referentes a responsabilidade ambiental:

Quadro: Responsabilidade Ambiental 

Redução das emissões de gases do efeito estufa; compras sustentáveis de fornecedores locais; reaproveitamento de alimentos para mitigar o desperdício; otimização e eficiência no uso dos recursos naturais, como água e energia de fonte não renovável, utilizados nas operações de seus negócios; reuso, reciclagem e descarte correto de resíduos; uso de implementos baseados em material ecológico; alinhamento e contratação de fornecedores que atuam com agricultura sustentável; medidas para compensar as emissões dos gases gerados pelas operações relativas ao negócio, ou aos impactos negativos envolvidos. 
Fonte: Ana Paula Arbache

Referências Bibliográficas:

ARBACHE, Ana Paula. A pivotagem no mercado de capitais (2021) . In:< https://arbache.com/blog/esg-a-pivotagem-do-mercado-de-capitais/>. Acesso em 2022

Como ESG chega no mercado financeiro? Um estudo de caso focado no S e aplicado por uma cooperativa de crédito. In:https://arbache.com/blog/como-o-esg-chega-no-mercado-financeiro-um-estudo-de-caso-focado-no-s-e-aplicado-por-uma-cooperativa-de-credito/. Acesso em junho de 2022. 

Para que servem os relatórios de sustentabilidade. Inhttps://arbache.com/blog/para-que-servem-os-relatorios-de-sustentabilidade-na-agenda-esg/. Acesso em junho de 2022. 

ESG, Agenda 2030 e Normas ISSO: o futuro da economia. Inhttps://arbache.com/blog/esg-agenda-2030-e-as-normas-iso-o-futuro-da-economia/ Acesso em junho de 2030. 

Gestão Sistêmica de sustentabilidade ética, social, ambiental e financeira. Inhttps://arbache.com/blog/a-gestao-estrategica-e-sistemica-de-sustentabilidade-etica-social-ambiental-e-financeira/ Acesso em junho de 2022. 

Sustentabilidade: uma agenda caduca na maioria das empresas brasileiras. A Agenda 2030 irá trazer novas oportunidades para empresas brasileiras. A Agenda 2030 irá trazer oportunidades para aquelas nas quais a sustentabilidade está na via dos negócios.  

In:< https://arbache.com/blog/sustentabilidade-uma-agenda-caduca-na-maioria-das-empresas-brasileiras-a-agenda-2030-ira-trazer-novas-oportunidades-para-aquelas-nas-quais-a-sustentabilidade-esta-na-veia/>. Acesso em Março de 2022. 

Educação para o Desenvolvimento Sustentável: orientação para o possível do postulado ecológico político crítico da Vida Perpétua. Artigos Pós-Doutorado. Departamento de Educação – Currículo. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016. 

ARBACHE, Ana & GUARANI, Glaucia. Responsabilidade social e diversidade. Editora FGV: Rio de Janeiro, 2020. 

FINK, Laurence D. Uma mudança estrutural nas finanças. In:< https://www.blackrock.com/br/larry-fink-ceo-letter>. Acesso em Março de 2022.

SCOLLO, Juan. Sostenibilidad la hora la verdade las empresas. Ladevi Regional. Junho de 2022. In:< https://regional.ladevi.info/sostenibilidad/sostenibilidad-la-hora-la-verdad-las-empresas-n41074>. Acesso em junho de 2022.

Ana Paula Arbache

Ana Paula Arbache

Pós-doutora em Educação pela PUC/SP. Doutora em Educação pela PUC-SP. Mestre em Educação pela UFRJ. Certificada pelo Massachusetts Institute of Technology/MIT- Challenges of Leadership in Teams (2015), Leading Innovative Teams (2018). Docente dos cursos de MBA e Pós MBA da Fundação Getúlio Vargas. Orientadora e avaliadora de trabalhos de pós-graduação. Sócia Diretora da Arbache Innovtions, responsável pelas ações de Gestão de Pessoas, Liderança, Governança Corporativa, Sustentabilidade Ética, Social e Ambiental e Elaboração e Aplicação Jogos de Negócios. Pesquisadora e autora das obras: A Educação de Jovens e Adultos Numa Perspectiva Multicultural Crítica (2001), Projetos Sustentáveis Estudos e Práticas Brasileiras (2010), Projetos Sustentáveis: Estudos e Práticas Brasileiras II (2011), Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos (2012), A crise e o impacto na carreira (2015), O RH Transformando a Gestão – Org. (2018). Certificação em Coaching e Mentoring de Carreira para Executivos. Mentora do Capítulo PMI/SP. Curadora e Colunista do blog arbache.com/blog e Página Mundo Melhor de Empoderamento Feminino Arbache innovations. Fundadora do Coletivo HubMulheres. Palestrante em encontros nacionais e internacionais.

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