Sustentabilidade

ESG: G – Governança Corporativa Responsável

O compromisso e a responsabilidade são chaves para governanças corporativa que queira atuar com as diretrizes ESG. As oportunidades estão por toda parte e todos os segmentos!

ESG se tornou tema recorrente no ambiente de negócios e não é por acaso. Essas três letras significam em língua inglesa: Environmental, Social and Governance e em língua portuguesa ASG: ambiental, social e governança. Elas orientam diretrizes para negócios com responsabilidade ambiental, social e governança responsável e diversa. 

Gerenciamento de riscos e ESG

As diretrizes ESG ganharam destaque a partir de 2019, quando empresários globais consideraram esses atributos como importantes para a tomada de decisões em seus negócios. O mercado financeiro assumiu posição em relação ao tema e alguns de seus atores indicaram que iriam desinvestir em negócios que não seguissem essas diretrizes e que iriam privilegiar negócios sustentáveis.

Isto se deve não só pelo atendimento à agenda de sustentabilidade atual, a Agenda 2030 e os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, como também à gestão de riscos para os negócios. Muitos investidores tiveram seus investimentos abalados por escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro, subornos, desastres ambientais sem precedentes e danos e mortes nas comunidades onde os negócios atuavam. 

O legado desastroso de governanças irresponsáveis que colocaram o lucro acima de tudo trouxe para o ambiente dos negócios a noção de que não era possível fazer o usual, era preciso repensar a forma de atuar e inserir estratégias e ações que considerem os impactos positivos e negativos que os negócios deixam por onde passam. 

A mudança é considerável, pois as governanças terão que se orientar pelo lucro com impacto positivo. É certo, que a inserção da temática no mundo dos negócios assume o sentido de proteger os investimentos e o próprio negócio. Ela traz o compromisso de todos os stakeholders para tornar o ESG uma realidade.

O compromisso e a responsabilidade são chaves para governanças corporativas que queiram atuar com as diretrizes ESG e as oportunidades estão por toda parte e todos os segmentos. Isto é evidente para o mercado financeiro que investiu cerca de US$ 17,5 trilhões em negócios que seguem essas diretrizes (ARBACHE, 2022).

O chamado “outro verde” está ganhando aliados globalmente e mudando a forma de fazer negócios. Não por caso, pois os consumidores estão mais conscientes e buscando empresas comprometidas com governança responsável, responsabilidade social e ambiental, o que será decisivo em suas tomadas de decisões.  O comportamento do consumidor mudou e eles buscam transparência e confiabilidade nas informações,  isso é ponto crucial para unir as boas governanças em ESG, com esses  consumidores  que sabem discernir o que é o certo e o que é o errado!

A governança em ESG traz para a discussão a responsabilidade dos líderes em assumir essas diretrizes como norte de seus negócios e isso será decisivo para consolidar a boa reputação da marca, tanto para investidores, colaboradores, consumidores, cadeia de fornecimento e sociedade. 

Do alinhamento estratégico até a ação!

Tudo deve passar por essas diretrizes. Entre as ações da governança responsável estão:  planejamento eficaz, a conformidade com as leis locais, nacionais e internacionais, o cumprimento dos regulamentos, a busca por um conselho com representação diversa e responsável, o combate a corrupção, o zelo pelas finanças e a integridade e transparência na divulgação dos relatórios financeiros, a inserção da empresa em índices de sustentabilidade em bolsas de valores, o compromisso com os fornecedores e consumidores que aportaram confiança na marca, a gestão do risco considerando os impactos negativos da operação nos locais onde atua, a criação de uma cultura do acolhimento e livre de preconceitos e discriminações.

A governança é a patrocinadora principal das diretrizes ESG nas empresas, tanto para o público interno, quanto para o externo. A reputação da marca e a atração de talentos e consumidores são respostas positivas que as diretrizes ESG trazem para o negócio, adicionando maior rentabilidade e competitividade. Um ponto crítico que a governança deve estar atenta é a comunicação  e não “falar o que não faz” em relação a ESG (conhecidos como greenwashing,  socialwashing, diversity washing ou fake ESG). Esse é o grande risco que empresas correm ao quererem mostrar algo que não faz, ou corrigir danos que poderiam ser evitados. 

É certo que o inserir essas diretrizes de governança demanda empenho e maturidade das empresas. Toda empresa pode começar e estipular prazos para inserir ESG em sua governança, atendendo às suas especificidades, necessidades e ritmos. O importante é começar! Abaixo, seguem temas relevantes que ajudam no alinhamento da estratégia e das ações referentes a governança responsável. 

Quadro: Governança Responsável

Conformidade com as leis locais, nacionais e internacional. Conselho instalado com diversidade de representação. Área de Compliance ativa e ferramentas de gestão ética como: códigos de ética, comitê de ética, ouvidoria, medidas disciplinares, treinamentos na área, entre outros.Requisitos contratação de fornecedores baseados em ESG e comprometidos com a reputação da marca. Políticas Anticorrupção. Compromisso com a promoção da diversidade em cargos de liderança.Zelo pela reputação da marca, gerenciando riscos e crises e realizando ações que possam trazer os consumidores conscientes para a marca. Divulgação transparente de seus relatórios financeiros para os acionistas.Comunicação transparente e honesta para público interno e externo. 

Referências Bibliográficas

ARBACHE, Ana Paula. A pivotagem no mercado de capitais (2021) . In:< https://arbache.com/blog/esg-a-pivotagem-do-mercado-de-capitais/>. Acesso em 2022

Como ESG chega no mercado financeiro? Um estudo de caso focado no S e aplicado por uma cooperativa de crédito. In:https://arbache.com/blog/como-o-esg-chega-no-mercado-financeiro-um-estudo-de-caso-focado-no-s-e-aplicado-por-uma-cooperativa-de-credito/. Acesso em junho de 2022. 

Para que servem os relatórios de sustentabilidade. Inhttps://arbache.com/blog/para-que-servem-os-relatorios-de-sustentabilidade-na-agenda-esg/. Acesso em junho de 2022. 

ESG, Agenda 2030 e Normas ISSO: o futuro da economia. Inhttps://arbache.com/blog/esg-agenda-2030-e-as-normas-iso-o-futuro-da-economia/ Acesso em junho de 2030. 

Gestão Sistêmica de sustentabilidade ética, social, ambiental e financeira. Inhttps://arbache.com/blog/a-gestao-estrategica-e-sistemica-de-sustentabilidade-etica-social-ambiental-e-financeira/ Acesso em junho de 2022. 

Sustentabilidade: uma agenda caduca na maioria das empresas brasileiras. A Agenda 2030 irá trazer novas oportunidades para empresas brasileiras. A Agenda 2030 irá trazer oportunidades para aquelas nas quais a sustentabilidade está na via dos negócios.  

In:< https://arbache.com/blog/sustentabilidade-uma-agenda-caduca-na-maioria-das-empresas-brasileiras-a-agenda-2030-ira-trazer-novas-oportunidades-para-aquelas-nas-quais-a-sustentabilidade-esta-na-veia/>. Acesso em Março de 2022. 

Educação para o Desenvolvimento Sustentável: orientação para o possível do postulado ecológico político crítico da Vida Perpétua. Artigos Pós Doutorado. Departamento de Educação – Currículo. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016. 

ARBACHE, Ana & GUARANI, Glaucia. Responsabilidade social e diversidade. Editora FGV: Rio de Janeiro, 2020. 

FINK, Laurence D. Uma mudança estrutural nas finanças. In:< https://www.blackrock.com/br/larry-fink-ceo-letter>. Acesso em Março de 2022.

Ana Paula Arbache

Ana Paula Arbache

Pós-doutora em Educação pela PUC/SP. Doutora em Educação pela PUC-SP. Mestre em Educação pela UFRJ. Certificada pelo Massachusetts Institute of Technology/MIT- Challenges of Leadership in Teams (2015), Leading Innovative Teams (2018). Docente dos cursos de MBA e Pós MBA da Fundação Getúlio Vargas. Orientadora e avaliadora de trabalhos de pós-graduação. Sócia Diretora da Arbache Innovtions, responsável pelas ações de Gestão de Pessoas, Liderança, Governança Corporativa, Sustentabilidade Ética, Social e Ambiental e Elaboração e Aplicação Jogos de Negócios. Pesquisadora e autora das obras: A Educação de Jovens e Adultos Numa Perspectiva Multicultural Crítica (2001), Projetos Sustentáveis Estudos e Práticas Brasileiras (2010), Projetos Sustentáveis: Estudos e Práticas Brasileiras II (2011), Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos (2012), A crise e o impacto na carreira (2015), O RH Transformando a Gestão – Org. (2018). Certificação em Coaching e Mentoring de Carreira para Executivos. Mentora do Capítulo PMI/SP. Curadora e Colunista do blog arbache.com/blog e Página Mundo Melhor de Empoderamento Feminino Arbache innovations. Fundadora do Coletivo HubMulheres. Palestrante em encontros nacionais e internacionais.

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