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Aspectos Históricos relativos à equidade de Gênero no Brasil

No dia 24 de outubro de 2018 fui convidada para participar do Evento “Equidade de Gênero: perspectiva do Brasil e do Reino Unido sobre a mulher no mercado de trabalho”, realizado pela Britcham Brasil (The British Chamber of Commerce and Industry in Brazil) e organizado pelo Comitê de Capital Humano da Câmara Britânica, sob responsabilidade da Presidente Profa. Dra. Ana Paula Morgado.

Ana Paula Morgado  é Diretora da Manchester University para América do Sul e é colaboradora voluntária da Página de Empoderamento Feminino da Arbache Innovations (https://arbache.com/mundomelhor/empoderamento). Andrea Silvério, também colaboradora voluntária da Página Mundo Melhor, esteve presente.

Na ocasião, as palestras abordaram aspectos históricos relativos aos temas: a questão da diferença salarial entre homens e mulheres, bem como casos de empresa brasileira e britânica a respeito de políticas de equidade de gêneros nesses contextos. Nós estaremos publicando 4 artigos referentes aos conteúdos dessas palestras, o segundo deles segue abaixo.

Nesse texto trataremos da segunda palestra ministrada pela professora Doutora Maria José Tonelli, da FGV – EAESP e Coordenadora do NEOP – Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas.

 

Mulheres são como as águas, elas crescem quando se juntam…

 

Aspectos Históricos relativos a equidade de Gênero no Brasil.

Para Tonelli nossa história é longa e não é de hoje! É uma luta que vem do movimento sufragista em busca do direito de votar e, hoje, remete às diferentes demandas que a mulher do século XXI anseia.  

As mulheres, principalmente na pobreza, mulheres operárias, sempre trabalharam. No entanto, os debates e ações nascidas nos anos 1970 e 1980 pelas classes médias, trouxeram  a mulher inserida no mercado de trabalho. A partir de uma linha do tempo, a Profa. Tonelli nos apresenta as pautas que cercaram essa história e os avanços que esses movimentos ofereceram para a discussão de uma agenda mais robusta.

Desde 1975 as mulheres no Brasil estão politicamente organizadas, apesar de evidenciar uma expansão desse movimento, temos muito o que caminhar, visto que há ainda um espaço amplo para ser conquistado. As ações da ONU Mulheres e do Fórum WEPs contribuem para que o compartilhamento de práticas e políticas, possam nutrir novas iniciativas em torno da equidade de gênero na sociedade e nas empresas. Mesmo com diferentes níveis de maturidade, nossa sociedade já possui casos para serem compartilhados e lições aprendidas, que contribuem para o aprimoramento e efetividade dessas ações e dessas políticas, como também para o avanço das discussões em torno do tema.

Tonelli aponta que as mulheres fazem parte do grande número de empreendedores que surgiram nos últimos anos, no entanto, muitas delas não possuem acesso ao crédito, e seus negócios não chegam a fase madura. Isto reflete que há muito  a se fazer, para dar as mulheres oportunidades concretas no mercado.

Outro aspecto ressaltado é a presença da mulher em conselhos de governança. Na maioria das vezes essa presença está, em grande maioria, nas empresas familiares (a mulher sendo parte da família), nas demais organizações, isso é precário. Isso evidência que as mulheres não possuem “assento” em espaços de poder e tomadas de decisões.

A pesquisadora relata que é preciso trazer à tona a diversidade, enquanto estratégia empresarial. A mesma alerta que é preciso dar conta de trabalhar as especificidades que cercam a temática,  como:

  • Criar um comitê de equidade.
  • Oferecer um canal de ouvidoria para escoar casos de assédios contra a mulher.
  • Oferecer maior flexibilidade como é o caso de home office.
  • Estabelecer programas de mentoring e coaching.
  • Dar apoio e acolhimento às mulheres nos períodos de gravidez e amamentação, bem como apoiar licenças e afastamentos relacionados a momentos de adoção.
  • Inserir os homens nessa jornada, para que possam apoiar e abrir novos caminhos com as mulheres ao seu lado no mercado de trabalho.

O mais importante que a pesquisadora deixa como mensagem final,  as mulheres devem apoiar mulheres, estarem atentas para que a nossa jornada se fortaleça e as novas gerações possam crescer,  a partir desse nosso momento em busca de maior inclusão e igualdade.

Ana Paula Arbache

Ana Paula Arbache

Pós-doutora em Educação pela PUC/SP. Doutora em Educação pela PUC-SP. Mestre em Educação pela UFRJ. Certificada pelo Massachusetts Institute of Technology/MIT- Challenges of Leadership in Teams (2015), Leading Innovative Teams (2018). Docente dos cursos de MBA e Pós MBA da Fundação Getúlio Vargas. Orientadora e avaliadora de trabalhos de pós-graduação. Sócia Diretora da Arbache Innovtions, responsável pelas ações de Gestão de Pessoas, Liderança, Governança Corporativa, Sustentabilidade Ética, Social e Ambiental e Elaboração e Aplicação Jogos de Negócios. Pesquisadora e autora das obras: A Educação de Jovens e Adultos Numa Perspectiva Multicultural Crítica (2001), Projetos Sustentáveis Estudos e Práticas Brasileiras (2010), Projetos Sustentáveis: Estudos e Práticas Brasileiras II (2011), Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos (2012), A crise e o impacto na carreira (2015), O RH Transformando a Gestão – Org. (2018). Certificação em Coaching e Mentoring de Carreira para Executivos. Mentora do Capítulo PMI/SP. Curadora e Colunista do blog arbache.com/blog e Página Mundo Melhor de Empoderamento Feminino Arbache innovations. Fundadora do Coletivo HubMulheres. Palestrante em encontros nacionais e internacionais.

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