Cotidiano Geral

Por que devemos encontrar significado no que fazemos em nossas vidas?

As pessoas que são verdadeiramente felizes interpretam as experiências da vida de forma que possam encontrar algum significado positivo nelas, independentemente de serem boas ou ruins.

Por que algumas pessoas são mais felizes do que outras?

Essa pergunta vem sendo respondida por diversos pesquisadores que procuram o caminho da felicidade. Um dos maiores nomes da área é Sonja Lyubomirsky, psicóloga, pesquisadora e professora da Universidade da Califórnia. Ela comprova em suas pesquisas que muitas pessoas são felizes mesmo passando por estresses, traumas e outros problemas em suas vidas.  

Em um de seus estudos buscou-se entender por que alguns indivíduos são mais felizes do que outros, explorando o processo de cognição – capacidade de adquirir conhecimento – e a motivação. Com isso, o objetivo era distinguir as pessoas que possuem níveis excepcionais de felicidade das que não possuem. A pesquisa incluiu:

Comparação social: quando o indivíduo se compara com seus amigos, familiares e colegas de trabalho com mais frequência e impacto devido às redes sociais.

A redução de dissonância: quando justificam escolhas triviais e importantes em suas vidas.

A autoavaliação: quando as pessoas se julgam através de ações de autoconhecimento.

Percepção dos outros: os indivíduos formam impressões e fazem inferências uns sobre os outros.

Avaliação do cotidiano: análise de onde cada um mora e do que pensa e sente no cotidiano.

Foi descoberto que as pessoas que se sentem verdadeiramente felizes interpretam as situações diárias e experiências de vida tentando enxergar algo positivo em tudo. Quem é infeliz interpreta as vivências sempre de forma pessimista, atitude que reforça a infelicidade. Para tangibilizar esses dois fatos, podemos considerar, por exemplo, uma situação cotidiana em nossas vidas: as visitas às redes sociais. 

Quando um amigo, colega de trabalho ou familiar mostra uma situação positiva em uma rede social como uma viagem, a compra de um carro novo ou qualquer outra coisa semelhante, podemos ficar satisfeitos pelo outro, não ligar para o fato ou nos sentir chateados por não ter o mesmo.

Por outro lado, se a pessoa tem uma missão em sua vida maior do que os eventos cotidianos, ela buscará encontrar significado nas experiências negativas e tentará ressignificá-las, entendo que para atingir seus objetivos é necessário olhar além dos impactos negativos e continuar a jornada.

O significado de tudo em nossa vida

Podemos dizer que os indivíduos definem um significado para cada situação cotidiana e acontecimento, que pode pesar os sentimentos, seja ela positiva ou negativa. Mas o que de fato é ter um significado, e como isso pode implicar na felicidade em nossas vidas? A resposta é que ele está associado a um senso de realização profundo. 

A pessoa deve ter um objetivo ou um propósito que deseja alcançar. O conceito está relacionado, muitas vezes, ao altruísmo, que é a preocupação com o outro de forma espontânea e não egoísta. Lyubomirsky descobriu em sua pesquisa que as pessoas que possuem filhos se sentem mais felizes do que quem não tem, pois, a maternidade e a paternidade nos levam a buscar o melhor sem esperar algo em troca. 

A grande maioria dos pais quer ver a felicidade dos filhos e se doa totalmente para que eles alcancem essa condição sem esperar nada em troca. O significado é como uma missão de uma empresa. Ao descobrir os seus propósitos, as pessoas passam a usar os seus talentos, forças e habilidades para concretizar os seus objetivos.  

Passam a ser mais resilientes, pois levantam-se a cada nova queda, ressignificando as experiências negativas e aprendendo com elas. Mas para alcançar um propósito devemos refletir o que queremos alcançar, avaliar as nossas crenças e olhar para o futuro.

Quais são os benefícios da felicidade?

A felicidade é boa apenas para quem a alcança? Na realidade ela possui vários “subprodutos positivos” que parecem beneficiar não apenas os indivíduos, mas também famílias, comunidades e a sociedade em geral. (Lyubomirsky, King, & Diener, 2005).

Os benefícios incluem maior renda e produtividade, mais qualidade no trabalho, maiores recompensas sociais com casamentos mais satisfatórios e longos, amizades, apoio social mais forte, interações sociais mais ricas e melhor saúde física. 

A felicidade fortalece o nosso sistema imunológico e reduz nossos níveis de estresse, aumentando a nossa expectativa de vida. Além disso, observa-se que indivíduos felizes são mais criativos, prestativos, caridosos e autoconfiantes e possuem mais autocontrole.

Conclusão

Portanto, a felicidade pode impactar diretamente na economia de uma comunidade e/ou país.

Para isso devemos buscar entender qual é o nosso propósito e dar um significado para as nossas vidas. Temos que compreender o motivo de estarmos aqui e o que queremos agregar para quem nos cerca, além de exercitar diariamente a seguinte pergunta: o que desejamos deixar de legado?

Referência Bibliográfica

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.

SAFRANSKI, Rüdiger. Schopenhauer e os anos mais selvagens da filosofia. São Paulo: Geração Editorial, 2011.

Lyubomirsky, S. (2001). Why are some people happier than others?: The role of cognitive and motivational processes in well-being. American Psychologist, 56, 239–249.

Fernando Arbache

Fernando Arbache

Mestre em Engenharia Industrial PUC/Rio. Independent Education Consultant working with MIT Professional Education. Graduado em Engenharia Civil, UFJF. Data and Models in Engineering, Science, and Business/MIT, Cambridge, MA (USA). Challenges of Leadership in Teams/MIT, Cambridge, MA (USA). Data Science: Data to Insights/MIT, Cambridge, MA (USA). AnyLogic Advanced Program of Simulation Modeling/Hampton, NJ (USA). Experiência Acadêmica: Educational Consultant working with MIT. Instructor in Digital Courses at MIT Professional Education in Digital Transformation and Leadership in Innovation. Atuou cimo coordenador da FGV em cursos de Gestão. Atuou como professor FGV, nas cadeiras e Logística, Estatística, Gestão de Riscos e Sistemas de Informação. Professor da HSM Educação, IBMEC e FATEC. Livros escritos: ARBACHE, F. Gestão da Logística, Distribuição e Trade Marketing. São Paulo: Ed. FGV, 2004. ARBACHE, F. Logística Empresarial. Rio de Janeiro: Ed. Petrobras, 2005. ARBACHE, A. P. e ARBACHE, F. Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos. São José do Rio Preto- SP: Raízes Gráfica e Editora, 2012. Pesquisa: Desenvolvimento de modelos de mapeamento de Competências Comportamentais e Técnicas, por meio de gamificação com uso de Inteligência Artificial, utilizando Deep Learning e Machine Learning (http://www.arbache.com/mobi). Programa de Inovação com 75 cooperativas de diversas áreas de atuação e aproximadamente 500 participantes, com Kick-off no MIT PE (http://www.arbache.com/inovacoop). Desenvolvimento de Inteligências nos dados e métricas - Big data e precisão nas tomadas de decisões na gestão de pessoas. Experiência Profissional: CIO (Chief Innovations Officer) da empresa Arbache Innovations especializada em simulação, inovação com foro em HRTech e EduTech – empresa premiada no programa Conecta (http://conecta.cnt.org.br) como uma das 5 entre 500 startups mais inovadoras da América Latina. Acelerada pela Plug&Play (https://www.plugandplaytechcenter.com) em Sunnyvale, CA – Vale do Silício entre novembro e dezembro de 2018. Desenvolvimento de parceria com o MIT – Massachusetts Institute of Technology para cursos presenciais e digitais – http://www.arbache.com/mitpe, https://professional.mit.edu/programs/digital-plus-programs/who-we-work & https://professional.mit.edu/programs/international-programs/who-we-work

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