Parte 2
A segunda parte deste texto dedica-se a apresentar as lições aprendidas decorrentes de diversas práticas em gestão de sustentabilidade, práticas de treinamento e desenvolvimento do capital humano e, por último as praticas advindas das avaliações e resultados apresentados.
2- Lições Aprendidas: Práticas diversas:
1. Construção uma ciclovia interna e de um bicicletário;
2. Atividades socioeducativas, culturais e profissionalizantes – aliadas a missão e visão da empresa;
3. Investimento em tecnologias, desenvolvimentos de produtos e na área social;
4. Mobílias – utilização de material reciclável de embalagens PET descartadas no meio ambiente para as estantes e balcões;
5. Carona solidária;
6. Coleta de óleo de cozinha;
7. Vagas especiais nas garagens destinadas a veículos com baixa emissão de poluentes;
8. Utilização de materiais com baixa emissão de poluentes e madeira certificada na concepção do empreendimento;
9. Incentivo do uso do transporte coletivo;
10. Construção de vestiários femininos e masculinos para que colaboradores que estiverem de bicicletas possam utilizá-los;
11. Coleta seletiva e descarte correto de pilhas, produtos recicláveis e produtos eletrônicos;
12. Utilização de produtos biodegradáveis durante a limpeza é um ponto a favor;
13. Gestão de resíduos da obra – canteiro de obras com baixo impacto ambiental. Potencial de reciclagem de 85% dos resíduos;
14. Utilização de madeira certificada. FCS;
15. Utilização de materiais regionais;
16. Lixo eletrônico – envido para fábrica verde (ONG– projeto social).
17. Criação de novos critérios de eficiência para a compra de equipamentos, a troca de máquinas mais modernas;
18. Implantação de uma ciclovia interna;
19. Jardim de biodiversidade;
20. Criação de uma “central ecológica”;
21. Preocupação com os problemas de contaminação e poluição do local e entorno;
22. Programas sociais para as comunidades do entorno;
23. Medidas como “rodas limpas”- caminhões não circulam pelo bairro espalhando resíduos fora do canteiro de obras;
24. Gestão do sistema de iluminação sustentável – buscar parcerias com Empresas do setor. (Exemplo: Minas Gerais – Empresa Eficientia – Grupo Cemig). O sistema permite que a instalação predial trabalhe das 6 horas às 18 horas sem precisar acender as luzes, tem como aliados computadores que utilizam telas de consumo mais eficientes;
25. Zelar pelos interesses comuns do público e do privado – dando suporte a serviços como manutenção da paria, limpeza urbana, segurança. \Atuar na interlocução com o poder público;
26. Coleta de garrafas squeeze e descarte correto de lâmpadas.
27. Informatização de processos e operações – eliminação de relatórios e envelopes de papel;
28. Gestão do desperdício alimentar – avaliação da quantidade de alimentos que eram descartadas – com meta para redução gradativa até chegar ao desperdício 0.
3- Lições aprendidas: Treinamento e desenvolvimento do Capital Humano
Nos textos analisados prevalece a concordância de que, é imprescindível atuar de modo efetivo no treinamento e desenvolvimento de capital humano, para que uma gestão de sustentabilidade possa ser realmente concretizada. A partir dessa constatação, as empresas assumem o papel de fazer o que chamamos pedagogicamente de Transposição Didática” – ou seja, tornar inteligível um conceito científico, em um conhecimento didático – dessa maneira o conceito do Desenvolvimento Sustentável – passa da esfera científica para a prática, dando tangibilidade ás diretrizes elencadas pelo mesmo.
Vale salientar que, a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS), no Brasil, ainda possui um estágio pouco amadurecido no processo de educacional formal, sendo necessário que as empresas, proporcionem para seus colaboradores, desde o entendimento dessa diretriz, até o aperfeiçoamento das ferramentas e desdobramentos do mesmo. (Assunto comentado anteriormente em textos nesse blog).
Atentos a este ponto, alguns casos relatados oferecem práticas que envolvem o público de relacionamento da empresa e contribuem para melhores resultados da gestão de sustentabilidade.
1- Comunicação interna contínua – sobre os processos e benefícios e através de informativos, inserções de mídias nos elevadores, palestras – despertar nas pessoas o interesse em torno da sustentabilidade;
2- Medidas que proporcionem a continuidade do projeto no dia-a-dia. Todos devem ter um ambiente adequado e organizado;
3- Campanhas de conscientização constantes;
4- Promoção da educação aos interessados para mudanças de comportamento que favoreçam o equilíbrio ambiental;
5- Ensino de ações mais amigáveis;
6- Sensibilização de toda a equipe para o tema da sustentabilidade;
7- Agregar valor a filosofia de qualificação na área da sustentabilidade;
8- Programa de qualificação socioambiental de fornecedores – objetivo de avaliar o comprometimentos dos contratados em relação aos conceitos de sustentabilidade – Aqueles que não estiverem alinhados a missão, visão e valores da empresa – e possuem desvio de conduta poderão ser descredenciados.
9- Qualificação dos profissionais que atuam no empreendimento;
10- Mobilizar pessoas para que cada uma contribua para os bons resultados da gestão;
11- Não acomodar com os processos já existentes e sempre procurar o aprimoramento – melhoria contínua.
12- Campanha de conscientização com empresas parceiras e colaboradores internos – implantação da política de sustentabilidade passo-a-passo.
4- Lições Aprendidas: Avaliação e Resultados
A publicação ressalta que, as ações em torno do desenvolvimento sustentável, passam por processos que, desde a iniciação, até a etapa de encerramento, devem ser monitorados e avaliados e, em seguida disseminados os resultados alcançados.
Para sair do amadorismo é preciso agir com dedicação e aferir os processos e ações implementadas, verificando a validade e o alcance da mesma – não é só trazer á tona uma boa intenção, é planejar cada passo que essa boa intenção pode impactar. Vale conferir o “Caso do Peru” comentado nas páginas iniciais da publicação – que é o exemplo concreto de que, sem planejamento, o legado de uma suposta boa ação, não será positivo!
Em contrapartida, as práticas apresentadas já caminham para o mapeamento e aferição dos resultados. Entre estágios iniciais e mais avançados, o consenso está na importância de escolher as práticas mais aderentes ao contexto no qual serão implantadas, bem como, selecionar melhor os parceiros e fornecedores e fazer com que o negócios possam ser parte de uma rede virtuosa de colaboradores –tanto internos, quanto externos. A diferença está na aceitação do fato de que, a gestão de sustentabilidade é algo a ser compartilhado e é preciso ter o comprometimento de todos os envolvidos, para que os resultados possam ser expressivos e agregadores.
A grande evidência é esta, é preciso trazer a gestão da sustentabilidade para o cerne dos negócios, tratando-a como parte visceral do negócios e, com isto, integrante na geração de lucros da empresas. Vista deste ponto, elimina-se a carência de profissionalismo e tornando-a inseparável das diretrizes de negócios. Para tanto, as empresas precisam entender, cada vez mais, o alcancede melhor eficiência e a redução dos gastos são parte de um projeto estratégico, que passa pela gestão de sustentabilidade.
Ao longo dos textos publicados, os autores relatam resultados factíveis, registrados por meio a aferição das ações desenvolvidas. Estes resultados são percebidos na redução dos custos em energia e despesas de água, na redução do desperdício de matéria-prima, na reutilização de materiais, no gerenciamento de resíduos, entre outros aspectos palpáveis da gestão. No entanto, a preciosidade citada por alguns dos autores, são os resultados intangíveis, que podem ser colhidos por meio de uma gestão de sustentabilidade e que podem, sobremaneira, aumentar a produtividade e os lucros da empresa: a qualidade de vida e a satisfação dos colaboradores, bem como uma maior visibilidade da reputação corporativa, capaz de captar e reter talentos.
1- Maior rigor no controle de gastos e maior visibilidades dos resultados;
2- Investimento recuperado com a redução dos custos operacionais ao longo do tempo;
3- Aumento de produtividade e criação de um ambiente interno mais saudável;
4- Manter a política de sustentabilidade dentro da empresa e verificar os resultados;
5- Criar equilíbrio entre rentabilidade e a redução do impacto ambiental;
6- Padronização dos procedimentos internos e instituição de indicadores para acompanhar a evolução desses métodos como a quantidades de materiais gerados para a reciclagem, geração de resíduos, consumo per capita de recursos naturais – água e energia. (trabalho de gestão ambiental);
7- Aferições e ajustes focados em melhoria contínua.
Referências Bibliográficas:
INFRA Outsourcing &Workplace 40+ INFRA Sustentável. São Paulo. N. 149 Jan.2013. p. 48 e 49
BRITTO, Claudio. Telemarketing iluminado: sistema australiano permite que luzes fiquem apagadas das 6 h às 18 h na segunda maior unidade de Contact Center da empresa mineira. In: INFRA Outsourcing &Workplace 40+ INFRA Sustentável. São Paulo. N. 149 Jan.2013. p. 48 e 49
Deixe seu comentário