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Ideal é abrir mão.

No verão de 2004, um grupo de jovens programavam, no dormitório da faculdade, um site com a intenção de conectar estudantes, para encontrar festas com mais facilidade, paquerar e fazer amizades.

A rede cresceu rapidamente, e os jovens se mudaram para o vale – aquele já famoso por ser o berço de empresas revolucionárias – na tentativa de crescer cada vez mais, alcançando a notoriedade mundial.

O site começa a receber milhares de inscrições por semana e a casa que eles alugaram para morar se torna um escritório, um lar para o repouso – que àquela altura quase não existia – e o local para as infindáveis bebedeiras. Tudo acontecia ali, em algum lugar do vale.

 

Avança um pouco a história.

 

Eles já estão trabalhando em um escritório, onde continua acontecendo o trabalho, o descanso e o lazer. A única diferença é que agora há investidores e uma equipe de engenheiros, que trabalha ao toque de caixa para entregar tudo o que as pessoas ainda não sabem que precisam.

Com a necessidade de crescer rapidamente, os jovens decidem adotar um ideal para a empresa. Um lema que irá nortear toda a operação. O lema é: “mova-se rapidamente e quebre coisas”.

Ou seja, se o código está pronto, sobe e vamos ver no que dá. Se der errado, corre para corrigir, mas não perca tempo testando. Eles precisam ser rápidos, nem que isso custe instabilidade, nem que isso custe horas de sono perdidas na correção de bugs.

Essa empresa é o Facebook. E o criador desta ideologia ou mantra é o excêntrico Mark Zuckerberg. Naquele momento o mundo ideal para ele era o crescimento e ele estava disposto a abrir mão de muitas coisas para que isso acontecesse.

Felizmente, Mark não estava errado, e a sua empresa cresceu em uma velocidade realmente incrível, revolucionando o modo do mundo se relacionar. E isso aconteceu graças a esses códigos inovadores que simplesmente surgiam ali, sem nenhuma garantia, sem nenhuma validação. Esse era o preço a se pagar por aquele ideal.

É bem verdade que a empresa andou passando por apuros e acabou se envolvendo em polêmicas gravíssimas nos últimos anos, o que é reflexo de anos de imprudência ao seguir fielmente o seu lema.

Mas, muito provavelmente, eles não estariam onde estão se tivessem abandonado o seu mantra, seu ideal. Hoje, com equipes muito maiores, o pensamento da companhia é outro. O ideal agora é: “mova-se rapidamente com uma infraestrutura estável”.

 

Nessa altura você deve estar se questionando onde eu quero chegar.

 

Bom, eu quero discutir a fundo o que representa ter um ideal e lutar por ele.

Antes de assumir qualquer ideal para si, você deve se questionar o quanto está disposto a abrir mão para segui-lo fielmente. Ter um ideal não é sobre se auto intitular isso ou aquilo. Ideal não é somente um rótulo.

Você tem que levantar da cama com o seu ideal, escovar os dentes com o seu ideal, você tem que defendê-lo como se fosse a sua vida, custe o que isso custar.

Então, reflita, você está disposto a assumir a instabilidade e os bugs causados por seu ideal? Se sim, siga em frente, você tem uma luta. E não se preocupe se daqui alguns anos você mudar de ideia, e começar a lutar por outras coisas, o mundo é realmente uma metamorfose.

Agora, se você não está disposto a “cortar a própria carne”, no entanto, acha que aquele conjunto de ideias vai realmente mudar a realidade, declare-se simpático à causa, sente-se e aplauda a coragem de quem as torna realidade. Mas, lembre-se, você não conheceria o Facebook se não fosse a coragem de Mark e seus amigos.