É muito curioso perceber o quanto algumas pessoas podem perder o seu tempo precioso fazendo “graça amarela”.
Meu texto está longe de ser uma censura ao humor, mas ao propósito ou à infelicidade de alguns.
Se você não é humorista nem vive de circo, fazer certos comentários, ou acreditar que com isto a atenção se volte para si, ainda mais no ambiente de trabalho, não me parece sequer gracejo juvenil ou a conclusão mais madura (ou sequer inteligente) que se possa ter.
Ambientes saudáveis têm que ter respeito e reciprocidade, sob pena de se avançar para caminhos sem volta que costumam manchar mais que fazer rir.
Costumo pensar em várias situações aqui. A primeira básica – e de ouro – é tratar os outros como gostaria de ser tratado.
Se gosta de humores ácidos, procure extravasar nos bares da vida e assim, quem sabe, lucrar com isto ou perceber o quão tolo pode estar sendo sua postura.
A questão aqui é saber se você aguenta o tranco de um retorno violento sem se sentir injustiçado por sua própria desmedida.
Outra situação é: o quanto você pode parecer ridículo sendo quem realmente você é, e se dita brincadeira realmente valha esse mico, sendo prudente se questionar se (1) é importante compartilhar isso? (2) vai mudar a vida de alguém? (3) tem relevância? (4) vale a pena essa inconveniência como uma tentativa frustrada de rotular os outros?
Se as quatro perguntas ou uma delas for “não, claro que não” avalie-se, pois seu silêncio pode ser mais precioso que essa atuação pífia de ser engraçado.
A minha preocupação com o tema se dá, por precaução, pois já disse e repito: quem faz para um, faz para qualquer um, e a ironia desta frase é que o rotulado passa a ser você mesmo.
Costumo dizer que o que as outras pessoas pensam da gente, é problema exclusivo dela, e mesmo sendo esta a tônica, tem gente que insiste em extrapolar os limites da razoabilidade por acreditar equivocadamente, que pode.
Para os mais afoitos, moderação; e
Para os que são “os escolhidos” dos afoitos, vamos dar menos importância ao que os outros falam.
Se é verdade, não deveria ser ofensa, e se é mentira, não deveria merecer acolhida.
Finalizo o texto dizendo que todos nós, sem exceção, temos uma fera dentro de nós mesmos, e se você aguenta o tranco de alimentar esse lado nas pessoas, fique à vontade para ultrapassar os limites do bom senso sabendo que também corre um risco.
Porém, se não aguenta as consequências porque – aí sim – acredita que desproporcional são os outros, é de boa medida moderar e avaliar se e quando pode ultrapassar essa linha tênue.
Aliás, a prudência é sempre boa conselheira. E se (quando) quiser exagerar: exagere na generosidade, na doação, na simpatia e na entrega.
Um lindo final de semana,
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