Empreendedorismo e Inovação Mercado

O Etanol Do Futuro Ficando No Passado!

O título desse texto poderia ser usado daqui há uns 30 anos ou mais, após o período de crescimento/maturidade/declínio do produto (como qualquer outro), mas parece que o etanol está sendo deixado para trás com os eventos atuais.

O Brasil teve alguns grandes momentos no etanol, dois deles aconteceram por conta da forte alta do petróleo, e o ultima pela inclusão do carro flex. Mas e agora, o que acontece com essa contradição na cadeia evolutiva de combustíveis renováveis?

Sindicatos e empresas de consultoria do setor, prevêem uma demanda dobrando até o ano de 2020, para isso, é preciso investir mais de 150 bilhões de reais, já incluindo na conta a previsão do custo de construção de novas usinas e o investimento nos canaviais, tudo em razão do contínuo aumento da frota de veículos flex – um pensamento não positivista, mas baseados em números e estatísticas que levam ao menos a tal avaliação. Dobrar a moagem de cana de açúcar em oito anos não será fácil, também não é impossível.

Mas, Raízen, a considerada 5ª maior empresa do Brasil (após fusão Cosan X Shell), com faturamento de 50 bilhões de reais, tem por trás um homem de 62 anos, nascido e crescido dentro de uma usina de cana de açúcar, seu nome, Rubens Ometto (19° brasileiro mais rico). Mesmo com 24 usinas pelo Brasil, ele “cansou da montanha-russa” do setor, conforme entrevista concedida no mês passado à revista Exame. Declarou que está investindo em negócios estáveis, e que “o Brasil está na contra mão do mundo, que dá incentivos aos combustíveis limpos”.

Polêmico ou não, ainda outra matéria na revista Isto É Dinheiro do mês passado, publicou material sobre o assunto, e o tema é: “O Brasil Se Torna Modelo Mundial no Uso dos Biocombustíveis mas o Alto Custo de Produção pode Colocar em Xeque o Carro Flex”.

Ora, veja bem… as causas do extermínio do “etanol do futuro” são somadas à inúmeros fatores, inclusive de decisões políticas e econômicas. O custo de produção do etanol vem crescendo, e deveria em decorrência disso subir proporcionalmente no preço final, nesta hora o veículo flex faz papel de vilão, pois deixa a condição de escolha de quem o possui, levando ao então consumo da gasolina.

Se a gasolina não recebesse constante alteração no incentivo fiscal, impedindo-a de flutuar com seu preço, assim também seria o sistema do Etanol, e o setor não seria tão fragilizado quanto é hoje, em amargar seus prejuízos depois de agressivos investimentos. Que investidor quer isso?

Só na região centro-sul do país, um terço das 360 Usinas enfrentam dificuldades financeiras, e ainda, corretores informam que entre 30 e 40 unidades estão à venda no estado de São Paulo. Leia você mesmo, e entenda além da conta na frente da bomba de combustível, qual o melhor cálculo a se fazer. (Links abaixo)

http://www.unica.com.br/

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/83719_ETANOL+PARA+TODOS

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,endividamento-leva-usinas-a-venda-,856484,0.htm