Empreendedorismo e Inovação Mercado

Etanol, Álcool, Anidro …. Hidratado ?

Mudanças em nossas rotinas acontecem muito rapidamente, as informações vão passando uma sobre as outras sem direito a digestão, às vezes temos a impressão de que até os nomes de alguns produtos mudam, migram, ou se atualizam… Verdade!

Qual o nome que podemos dar ao combustível que usamos para abastecer nossos veículos? Vamos para as definições simples e objetivas:

  Anidro: É o etanol que compõe a gasolina “C” em 1/5, ou seja, 20% da gasolina que abastecemos no posto é composta de etanol anidro – hoje. Este percentual pode ser alterado à qualquer momento pela ANP, com o mínimo de 18% e máximo de 25%.

 Hidratado: Para os veículos movidos à Etanol, ou Flex, que fortificou o impacto na produção de etanol à partir do ano de 2003. Este é o Etanol que colocamos em nosso veículo no posto de combustíveis, e o nome é autoexplicativo pois sua composição é hidroalcólica (água + etanol).

É legal deixar claro que o etanol e o álcool tem basicamente o mesmo significado, embora existam vários tipos de Álcool, e dentre eles o que mais conhecemos é o “Álcool de cozinha” e o “Álcool combustível”, o qual atualmente recebeu alteração em sua nomenclatura para “Etanol” (Etanol Etílico Carburante).

Já o Álcool de cozinha não pode ser ingerido como os alcoóis de bebida porque possui um teor alcoólico elevado, aditivos (que são agentes desnaturados) utilizados justamente no processo para diferenciar o gosto evitando a ingestão.

Um dos grandes motivadores para a alteração foi a tentativa de criar certo padrão sobre o nome etanol, uma vez que a nomenclatura já é adotado em diversos países, e o produto está praticamente se tornando uma ‘Commodity’, por isso a grande quantidade de textos sobre o assunto.

No próximo dia 17, o etanol hidratado completará 1 ano de BM&F, com grande aceitação  no mercado de futuros. Há tempos que o etanol é planejado para entrar nas bolsas brasileiras, e em sua segunda tentativa obteve êxito. O primeiro plano de entrada na bolsa era com o Etanol Anidro, que tinha o intuito de facilitar a precificação das exportações, mas por conta dos aspectos tributários e regulatórios da época a comercialização física influenciava sua eficácia. Hoje, com a liquidação financeira do Etanol Hidratado, o problema foi sanado. Atualmente, cada lote é constituído de 30 metros cúbicos (ou 30 mil litros), sua volatilidade é digna de uma commodity, e é liquidada com base no Indicador de Preços de Etanol Hidratado Paulínia, levantado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-USP).

No Brasil, a produção de etanol, quase que em sua totalidade, é proveniente da moagem de cana-de-açúcar, mas ao redor do mundo este produto é derivado de beterraba, sorgo, milho (predominante nos Estados Unidos), mamona, dendê, semente de girassol etc., e também obtido através do próprio processo de fermentação de cereais ou do malte (como no caso da cerveja). Agora, outros BIOCOMBUSTÍVEIS também são produzidos através dessas commodities como, por exemplo, o metanol, biodiesel, e o óleo vegetal.