Empreendedorismo e Inovação Tecnologia

Educação e tecnologia do bem no combate à violência doméstica

Young woman showing her denial with NO on her hand. Focus on hand. Timid woman symbol of violence in the family

Não é possível mudar o passado, mas podemos buscar um futuro melhor. A tecnologia e a educação são grandes aliadas na busca por mais respeito à diversidade pelo fim da violência doméstica.

Mais de 17 milhões de mulheres acima de 16 anos já sofreram algum tipo de agressão no Brasil. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública apresentou, agora em junho, os dados referentes à violência contra mulheres no Brasil (PAIVA, 2021).

Os números não mentem

O que vemos é que, se por um lado evoluímos com as transformações tecnológicas e inovações, por outro lidamos com comportamentos primitivos e cruéis da idade das trevas.

Não é exagero dizer isso quando vemos que uma em cada quatro mulheres já foi agredida no Brasil. São vítimas que, em geral, têm o seu maior algoz dentro de casa, pois 7 em cada 10 casos mostram que o agressor é conhecido e, na maioria das vezes, vive na mesma residência. Mas elas também encontram a perversidade nas ruas e no ambiente de trabalho.

As palavras são duras, mas a realidade é ainda é pior. A situação de vulnerabilidade trazida pela pandemia colocou as mulheres frente a frente com o perigo. Dentro de casa, elas se tornaram alvo fácil de pais, padrastos, irmãos e primos que aumentam as estatísticas dos agressores.

As mulheres acima de 50 anos ainda convivem com o sofrimento de terem seus filhos como agressores. Aqueles que deveriam estar retribuindo o zelo e o cuidado fazem de suas próprias mães suas vítimas.

Nesse cenário danoso da crise sanitária, o desemprego adiciona uma dose a mais de perigo. As mulheres que ficam desempregadas se tornam dependentes de seus agressores e, com isso, não têm condição de sair do relacionamento abusivo. Os agressores, por sua vez, quando desempregados, tendem a aumentar o consumo de álcool, deixando a situação mais estressante e perigosa.

Os dados trazidos pelo Fórum colocam a urgência do trato da dignidade humana em nossa sociedade. As mulheres são 51% da população brasileira, são força de trabalho, chefes de família e força de consumo. É preciso cuidar e educar para que não vejamos números ainda mais alarmantes no próximo ano. 

A violência que começa pela ameaça, chantagem, difamação, abuso verbal é uma crescente para a violência física e o feminicídio. Não temos como mudar o passado, mas podemos mudar o futuro. A educação é o melhor caminho para que mulheres possam estar seguras e viverem em plenitude, sem o medo de quem está ao seu lado.

As ações preventivas podem formar gerações que entendam que os relacionamentos saudáveis são possíveis e devem ser vividos por todos.

A Arbache Innovations é signatária dos Princípios de Empoderamento das Mulheres da ONU (WEPs) e comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 e 5, que tratam de educação de qualidade e igualdade de gênero, respectivamente.

Em colaboração com a ONU Mulheres Brasil e o coletivo HubMulher, a Arbache criou em 2020 o seu Game de Enfrentamento à Violência Doméstica e, junto com mais 13 parceiros, oferece gratuitamente essa contribuição inovadora para promover a educação para o enfrentamento à violência doméstica de dois modos:

  1. Oferecemos gratuitamente o acesso ao Game de Enfrentamento à Violência Doméstica, que educa sobre os cinco tipos de violência descritos na Lei Maria da Penha (física, moral, patrimonial, psicológica e sexual). Com isso, a ferramenta apresenta caminhos para identificar situações de em que mulheres possam estar sendo vítimas de violência e orientar quem estiver em um relacionamento abusivo a pedir ajuda. Para acessá-lo, clique aqui e conheça a página de responsabilidade social da Arbache Innovations.
  2. Coletamos e analisamos os dados do Game de Enfrentamento à Violência Doméstica por meio de People Analytics. Com isso, podemos compreender com maior assertividade o conhecimento e as tomadas de decisão dos usuários em situações que envolvam a violência doméstica.

Conclusão

Por meio dessa ferramenta, podemos educar e agir agora para evitar números desoladores como os que citamos acima. As empresas também têm a capacidade de enfrentar a violência doméstica.

A Sodexo, parceira da Arbache Innovations nesse projeto, está educando seu público de relacionamento com o Game e analisando os dados para direcionar esforços para trazer essa pauta preventiva para seu ambiente corporativo no Brasil e na América Latina.

Vamos juntos! Essa é uma pauta de todos nós.

Ana Paula Arbache

Ana Paula Arbache

Pós-doutora em Educação pela PUC/SP. Doutora em Educação pela PUC-SP. Mestre em Educação pela UFRJ. Certificada pelo Massachusetts Institute of Technology/MIT- Challenges of Leadership in Teams (2015), Leading Innovative Teams (2018). Docente dos cursos de MBA e Pós MBA da Fundação Getúlio Vargas. Orientadora e avaliadora de trabalhos de pós-graduação. Sócia Diretora da Arbache Innovtions, responsável pelas ações de Gestão de Pessoas, Liderança, Governança Corporativa, Sustentabilidade Ética, Social e Ambiental e Elaboração e Aplicação Jogos de Negócios. Pesquisadora e autora das obras: A Educação de Jovens e Adultos Numa Perspectiva Multicultural Crítica (2001), Projetos Sustentáveis Estudos e Práticas Brasileiras (2010), Projetos Sustentáveis: Estudos e Práticas Brasileiras II (2011), Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos (2012), A crise e o impacto na carreira (2015), O RH Transformando a Gestão – Org. (2018). Certificação em Coaching e Mentoring de Carreira para Executivos. Mentora do Capítulo PMI/SP. Curadora e Colunista do blog arbache.com/blog e Página Mundo Melhor de Empoderamento Feminino Arbache innovations. Fundadora do Coletivo HubMulheres. Palestrante em encontros nacionais e internacionais.

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