Ilha Estadual Ilha da Juventude: Primeira escola pública sustentável do Brasil
Projeto da rede estadual incentivará que outras 200 escolas sejam construídas neste formato.
A Escola Estadual Ilha da Juventude na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, já nasceu certificada. Isso porque todo o processo de concepção foi desenvolvido para adquirir o AQUA (Alta Qualidade Ambiental). Ou seja, o objetivo foi entregar uma obra com baixo impacto ambiental, com soluções arquitetônicas que evitassem salas de aulas muito frias no inverno ou muito quentes no versão, e isentas de problemas de iluminação.
Dentro do programa de necessidades da FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação, responsável pela rede física escolas da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo), os projetistas conseguiram aprimorar a utilização dos dosbrises de fachada, aproveitando ao máximo a iluminação natural. Na categoria conforto térmico, a ventilação natural e a incidência de luz solar seguiram as variações das estações do ano. O brise filtra a radiação solar direta e evita a insolação excessiva.
Outra mudança foi o tratamento acústico da escola, que demandou uma análise global do impacto dos ruídos e a interferência do som das quadras poliesportivas nas salas de aula. Segundo Avany de Francisco Ferreira, gerente de projetos da FDE, as soluções foram o tratamento das quadras com acústico no contrapiso e o uso das portas mexicanas maciças nas salas para bloquear o som.
Vale destacar também que foram criados bicicletários para incentivar o transporte não poluente, sistema de aproveitamento de água de chuva com fins não potáveis, abrigos de resíduos (separados por reciclável e não reciclável) e um sistema de aquecimento solar de água, para a redução do consumo de energia. A água da chuva é utilizada na descarga dos banheiros, e a água aquecida da cozinha utiliza energia solar.
“Também colocamos um quadro para ligar e desligar as luzes das salas junto à administração, evitando a necessidade de se acender a andar todo”. Completa a gerente de Projetos que explica que nas escolas estaduais não existem interruptores em cada sala por conta do vandalismo.
Durante as obras, foram utilizados materiais e serviços próximos do local e atestados por laboratórios credenciados, elementos pré-fabricados para reduzir os resíduos no canteiro e tintas à base de água (redução de compostos orgânicos voláteis). Outra implantação foi a instalação de tanque de decantação para lavagem de ferramenta (água de reuso) e utilização de lava-rodas para minimizar a sujeira nas vias públicas. O projeto foi certificado nas fases Programa, Concepção e Realização.
Segundo o Governo, o modelo será utilizado como padrão para a construção das novas unidades da rede. A expectativa é de que até 2014 cerca de 200 escolas sejam construídas neste formato em todo o Estado.
Ilha Estadual Ilha da Juventude: primeira escola pública sustentável do Brasil
INFRA Outsourcing &Workplace 40+ INFRA Sustentável. São Paulo. N. 149 Jan.2013. p. 74-75
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