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Ethanol USA & Etanol BR

“Aiaiai”… Onde vai parar o futuro da matriz energética do mundo?

Eu participei de uma disciplina na semana passada diretamente voltada a tomada de decisão, e quais os fatores que a influencia. Um destes fatores é o ego, ou seja, a decisão é tomada de acordo com a individualidade do ser – suas necessidades e suas crenças. Muitas vezes a decisão é tomada por um único indivíduo, o qual detém o poder, e entre duas ou mais opções decide a que “menos o prejudicará” no futuro. Não é de hoje que vemos casos como esse, existe muita política, e a política é “um campo de força” que objetiva a evitar a guerra.

No quesito bioenergia, as manchetes estão voltadas para a seca que afeta as regiões de cultivo de milho nos Estados Unidos. Cerca de 30% da estimativa de produção para esta safra está prejudicada, e coincidentemente é o volume utilizado para a produção de etanol.

Assim os produtores americanos, se apropriam do termo “segurança alimentar”, e se movimentam para interromper a mistura de etanol nos combustíveis para 2012 e 2013. Estes representantes, de diversas indústrias, confrontam no cenário político e defendem posicionamentos de acordo com os mandatos.

Não vamos questionar qual é a melhor decisão a ser tomada, e sim, se a decisão que será tomada terá outros interesses além do que tange o problema em si. Aqui entra o ego! Por enquanto o governo não se posicionou, e com certeza tentará ao máximo evitar desgastes até se passe o período eleitoral norte americano.

Os políticos, preocupados com o mandato; os representantes das indústrias, preocupados com os altos níveis de preços pressionados pela falta de milho, e se houver produção de etanol estes níveis impetram a tendência de maiores altas; os produtores de etanol; preocupados com seu próprio produto, os quais também receberiam proporcionalmente valorização neste período (mas espera-se que a produção de etanol realmente seja mantida em patamares mais baixos).

ESSA SERIA NOSSA HORA! A oportunidade de exportarmos etanol brasileiro (etanol de cana-de-açúcar) aos Estados Unidos, com boa precificação, pelo menos melhores níveis comparado ao atual mercado interno. Mas não temos este excedente todo, nem dinheiro para fazer existir, e ainda precisamos honrar a resolução 67 imposta pela ANP – que rege no fornecimento de etanol anidro em 90% da produção às distribuidoras.

Tudo pela carência de regras da produção do etanol brasileiro. Os investidores não sabem se vale o risco a ser tomado em tempos de crise. Eles preferem ficar ausentes, assim como fez o governo, e o etanol aos poucos vai deixando de existir, perdendo força, e secando oclima, literalmente.

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Walid Assal

2 Comentários

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  • Olá Walid,
    Gostaria de parabenizar pelo excelente ponto de vista que teve sobre a questão do ego, esta por sua vez está sendo grande influenciadora em demais mercados, tão importantes como o do etanol e de bioenergia em geral. Sabemos que a política é um coeficiente de peso nas decisões, mas até quanto vale investir no ego…ou melhor, até quanto não vale!
    Abraços e no aguardo do próximo artigo!
    Abdul

    • Obrigado pela leitura!
      Quero dizer que o “ego” sempre existirá, e que talvez em uma outra humanidade ele seja tratado de forma diferente!
      Isto é intrínseco no olhar e nas decisões individuais, algo que não se separa nem sem administra, é inclusive um “anticorpo” para sobrevivência e evolução da espécie.
      Portanto, o que nos resta, é saber lidar com mais essa variável em nossas análises.