Pilar de sustentação para as potências econômicas – concorrência na compra de caças
O Brasil está saindo de status de país emergente e passando a candidato à potência econômica, de acordo com um dos mais influentes banqueiros da atualidade, Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase.
Em maio de 2008, a agência de classificação de risco, Standard & Poor’s, elevou a nota atribuída à dívida de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil para “BBB-“, o primeiro nível da faixa de grau de investimento – investment grade. A nota é concedida a países pouco propícios à inadimplência e significa, na prática, que o Brasil oferece baixos riscos para investidores financeiros internacionais, corroborando a opinião do presidente do JPMorgan. A agência de classificação de risco Moody’s elevou, em 2011, a classificação do Brasil, de BAA3 para BAA2, com perspectiva positiva.
Porém, para que o Brasil se torne relevante como potência econômica, é necessário que alcance diversas condições, como: a capacidade de se defender de possíveis inimigos internos e externos; ter capacidade de impor condições comerciais sem ser retaliado, e ter capacidade de influenciar e defender seus parceiros comerciais relevantes. Para isso, é necessário que se torne também uma potência militar.
Se analisarmos a história dos diversos países que alcançaram a condição de potência econômica, todos, sem exceção, passaram a ter suas forças militares como um de seus pilares de sustentação no cenário geopolítico mundial. Podemos analisar o século XX como um exemplo disso. Os diversos países que alcançaram esse status naquele século, como os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), não só se tornaram potências militares, como produziram a mais feroz corrida armamentista de toda a história, denominada “Guerra Fria”, dividindo o mundo em duas partes, criando blocos militares distintos denominados OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e Pacto de Varsóvia. Ambos buscaram defender seus interesses comerciais, ideológicos e geopolíticos.
A China, como a mais recente candidata à potência econômica, investiu mais de US$ 60 bilhões em 2008 em seu orçamento militar. Certamente, o país hoje é uma grande potência militarcom um exército composto por mais de 100 milhões de soldados, e com capacidade de produzir e projetar armamento de última geração, como mísseis balísticos e caças de quinta geração. Em 2010, o budget para as forças armadas Chinesas passou para US$ 114 bilhões, segundo publicação Global Security. (http://www.globalsecurity.org/military/world/china/budget.htm).
De acordo com a história, os países que alcançaram status de potência econômica tornaram-se potências militares ao longo da mudança. O Brasil vem caminhando a passos largos para tornar-se uma potência econômica, porém continua muito atrasado no quesito “forças armadas”. É notória a fragilidade do país quando se avaliam suas forças armadas que, além de possuir um efetivo de pessoas e armamentos pequenos diante das proporções do Brasil, têm muitos de seus meios de combate com mais de 30 anos de uso. Apesar de existirem aeronaves com longos anos de uso também na força aérea americana, como o bombardeio B-52, por exemplo, a proporção de novos equipamentos versus antigos é centena de vezes maior que a do Brasil.
Uma potência econômica necessita defender seus interesses junto à comunidade internacional e, muitas vezes, para isso, precisa demonstrar sua musculatura militar.
No próximo artigo, serão avaliados alguns exemplos do uso das forças armadas com o objetivo de defender os interesses econômicos de uma nação.
Deixe seu comentário