Empreendedorismo e Inovação

Storytelling: um artifício complementar à inovação

O storytelling tem se mostrado cada vez mais importante na hora de engajar e influenciar as pessoas a consumir produtos e serviços. É uma ferramenta persuasiva e essencial para os negócios do século XXI.

Na tradução, storytelling significa “narração de histórias”, e a sua finalidade é exatamente essa. Essa ferramenta é cada vez mais utilizada e consegue transmitir um conteúdo para o consumidor de forma mais atrativa, didática e dinâmica.

Storytelling na educação: potencializando o conhecimento

É perceptível que muitas pessoas, principalmente jovens e crianças, têm dificuldade para se concentrar na hora do estudo. Essa falta de foco pode ocorrer por diversos motivos, e um deles é a desatenção. E aí entra o poder do storytelling.

É comprovado que ouvir histórias aumenta o nível de atividade cerebral, pois o cérebro libera dopamina, hormônio responsável por levar informações ao restante do corpo, gerando sensação de prazer e aumentando a motivação.

Por isso, é muito comum vermos materiais didáticos explorando histórias ao repassar um conteúdo aos alunos. Além disso, as ilustrações contribuem ainda mais para um sentimento de aproximação com o consumidor do material.

É cada vez mais frequente também o uso de vídeos e outras ferramentas audiovisuais que possibilitam maior envolvimento conteúdo-aluno e maior dinamização, para agregar conhecimento. Esses processos facilitam a fixação e assimilação do material e potencializam a forma de transmiti-los.

Obtenção de sucesso dos clientes com storytelling

Assim como para a educação, essa ferramenta de persuasão é muito utilizada nos negócios, seja para construir a identidade da marca ou para repassá-la aos seus possíveis clientes. As narrativas possuem um grande poder de influência sobre os consumidores, pois conseguem tornar essa apresentação da empresa muito mais marcante e significativa.

Ir além de uma simples história é o que torna o storytelling uma jogada muito boa de marketing: ele influencia e inspira, gerando valor e engajamento não só para quem assimila o conteúdo, mas também para os seus criadores e colegas de time.

Os clientes desejam ter uma boa experiência, superior às obtidas com outras empresas e produtos. Para isso, deve existir um diferencial, que começa a tomar forma quando há uma identificação entre o cliente e a marca. Uma boa conexão atrai atenção e provoca a sensação no público de que o serviço prestado é muito mais completo e eficiente.

Steve Jobs: inspiração para escrever e contar histórias

Steve Jobs, fundador e eterna “cara” da Apple, sempre prezou pela inovação. Por isso, precisou estudar muito para aperfeiçoar a tecnologia dos aparelhos que desenvolveu. Além de querer modelos diferenciados, com um sistema operacional exclusivo à Apple, Jobs visava a estética dos seus aparelhos e um design exclusivo.

O dinheiro era importante para ele, mas tinha uma pergunta que sempre fazia a si mesmo que pesava mais: “o que alegra o meu coração?”. Ele teve uma vida conturbada com outras empresas – até com a própria Apple no início –, e isso lhe deu força para superar todos os obstáculos que surgissem, enfrentando tanto concorrências externas quanto internas no início da sua trajetória.

O fenomenal storytelling da Apple criado por Jobs se inicia aí: uma vida conturbada com pessoas desacreditando do seu potencial e desavenças surgindo. Ele tinha dificuldade em expor o que estava desenvolvendo e como esse material poderia ser agregado à vida das pessoas. Esse foi o pontapé inicial para sua história ser escrita e, depois, contada.

Jobs conseguiu inspirar muitas pessoas quando trabalhava com a Pixar e colocou em prática 22 regras para desenvolver uma narrativa, tornando- se uma leitura essencial para todos que planejam dominar esse recurso da escrita. Logo após, retornou à Apple e continuou colocando-as em prática.

Histórias existem para ser contadas: Jesus e as parábolas

Grande parte da população brasileira é cristã, mas pouco se destaca como o storytelling contribuiu para a propagação do Cristianismo. Isso mesmo: Jesus foi um grande storyteller. Contava histórias – as parábolas – com o intuito de explicar verdades muito complexas do mundo de forma simples. Ele as usava para responder perguntas e tirar dúvidas, facilitando o aprendizado dos seus discípulos. 

Jesus talvez tenha sido o maior contador de histórias do mundo. Em sua época, essa era uma das poucas maneiras de relatar fatos e transmitir conhecimento em longo alcance, e esse recurso é muito efetivo até hoje. É evidente que narrar boas histórias agrega valor, emociona e cativa todos os indivíduos.

Metáforas e parábolas na comunicação: influência e importância

A troca de informações entre duas ou mais pessoas é essencial para a comunicação e as relações humanas. Muitas delas sentem dificuldade em compreender o que o outro tem a dizer, e isso vem do fato de o conteúdo chegar com muitos ruídos: o emissor (quem fala ou escreve) envia uma mensagem para o receptor (quem lê ou escuta), mas, devido a um desentendimento, ela pode ser alterada. Um bom exemplo é a brincadeira “telefone sem fio”, muito comum entre crianças.

Metáforas e parábolas ajudam no processo de recebimento da mensagem, pois nem sempre a linguagem usada é didática e atrativa o suficiente. Por outro lado, por meio de histórias e exemplos, quem recebe a informação tem maior facilidade de compreender o que foi dito ou escrito.

As metáforas auxiliam no processo de aumentar e simplificar o entendimento da mensagem, através do exagero e comparação. As parábolas são uma forma de contar histórias para explicar verdades complexas. Juntas, facilitam o entendimento, elevam a reflexão sobre o tema em questão e diminuem possíveis ruídos.

Seja para educar, tirar dúvidas, conversar com amigos ou desconhecidos ou vender produtos e serviços, o storytelling é uma arma poderosa para o sucesso da comunicação.