Por Prof. Ramiro Rodrigues
Parece ecoar cada vez mais forte dentro das corporações a diretriz do “fazer mais com menos”. Para o ambiente de projetos organizacionais, isto significa que as empresas estão fortemente a busca de soluções de otimização de recursos e aceleração de projetos. Até então, nada errado! O papel de um bom gestor é conseguir tirar o máximo de sua equipe desde que isto não comprometa alguns valores – legais, operacionais e humanos.
Com isso, o plano geral (completo) de um projeto começou a ter sua eficácia questionada devido ao esforço empreendido – tido por muitos como desproporcional ao retorno dado e, a sua usabilidade. Faça um breve levantamento entre os profissionais da área e pergunte-os qual foi a última vez que eles atualizaram o plano do projeto que estão liderando. Não se surpreenda se as (verdadeiras) respostas forem – Nunca! Talvez por isto, se percebem iniciativas interessantes na busca de alternativas e ferramentas que possam viabilizar esta ânsia de melhores resultados.
Em contrapartida, os gestores de projetos se questionam; – como fazer planejamentos mais rápidos sem serem superficiais e, consequentemente mais arriscados ainda para a condução dos projetos?
Uma linha iniciada nos anos 80 trouxe aos meios da Gestão a proposta do Design Thinking – modelo mental estruturado que busca a identificação de soluções de inovação para problemas complexos. Embora o conceito exista a algumas décadas, foi nesta última que ele foi trazido para o ambiente corporativo. Semelhante inspiração para ter sido comedida por Alexander Osterwalder que, em 2010 chacoalhou os meios de Gestão ao apresentar o uso de um Canvas – um quadro com áreas estruturas e complementares, que aceleram o raciocínio colaborativo para a produção de modelos de negócios. Foi bebendo vorazmente nesta “fonte” que uma série de propostas de uso do Canvas para diversas finalidades – inovação, educação corporativa, desenvolvimento de produtos, marketing e etc. apareceram. (Veja exemplos em: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/inovacao-na-pratica/2014/04/27/15-canvas-para-fazer-a-inovacao-decolar/ [i]).
Não demorou para perceber que a proposta de desenvolver um planejamento de forma mais rápida e colaborativa – eliminando barreiras entre equipes e que, ainda por cima, pudessem agregar ao melhor desenvolvimento de um empreendimento, soasse como música aos ouvidos dos professionais de Projetos ávidos por uma alternativa à diretriz discutida no início deste texto. Em agosto de 2012 foi apresentado uma proposta pelo professor americano Jim Kalbalch. Em 2013, o brasileiro José Finnochio lançou um livro com seu próprio modelo.
Em comum a todas estas propostas do uso de Canvas ao ambiente de Projetos, os conceitos de integrar as partes interessadas que minimizasse resistências e aumentasse a integração dos stakeholders, de agregar a uma proposta melhor para problemas de planejamento e, por fim, que fosse menos custosa e mais eficaz aos interesses das organizações. Isto tudo através de um modelo visualmente mais atraente e inteligível ao modelo mental humano.
Mas embora os argumentos apresentados até aqui pareçam irrefutáveis, há um dilema neste cenário; será que o plano geral ou seus desdobramentos podem ser substituídos integralmente por um modelo Canvas no planejamento de um projeto? Será que é possível prescindir de um cronograma de atividades, de um fluxo de caixa detalhado, de uma matriz de riscos analisada, só para limitarmos a alguns exemplos?
No próximo post falarei sobre o Framework Project Canvas; uma alternativa aos modelos precursores baseada no conceito de Design Thinking que promove a colaboração dos principais stakeholders na criação e elucidação dos conteúdos iniciais do projeto. Essa ferramenta desenha de forma intuitiva a organização do pensamento para que os envolvidos possam criar uma visão geral do projeto a ser desenvolvido através de brainstorm e intensa participação.
Até lá!
[i] http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/inovacao-na-pratica/2014/04/27/15-canvas-para-fazer-a-inovacao-decolar/
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