Cotidiano Gestão de Pessoas

Pés à Obra.. e Um Excelente Fim de Semana!

Pés à obra!

Quando eu tinha uns 14 anos de idade, me lembro de ter feito uma promessa, e assim, ficaria 1 ano sem comer brigadeiro (sabidamente minha maior paixão culinária), e mesmo tendo feito a promessa, confesso que fiquei pensativa com aquela tentativa de barganhar com o divino.

Ouvi de alguém na ocasião: “acha que com Ele você negocia? Qual foi o seu argumento: me ajuda aí com isto que eu me privo de algo prazeroso por aqui?” e me lembro de ter respondido (creio que até orgulhosa):

“Não, não. Não é condicional. Eu já estou cumprindo a promessa porque tenho certeza que receberei a graça.” E ao meu ouvir percebi que minha negociação era pior ainda do que minha amiga havia questionado. Minha presunção era consequência da minha parca idade, quero acreditar… E o fato é, que à partir de então nunca mais consegui fazer promessa alguma, seja a quem (e para o que) for. Promessa, no meu entendimento, envolve um comprometimento indiscutível, apesar de muitas situações e condições não dependerem só da gente.

Feito esta introdução, venho aqui pra dizer que de fato, nunca mais fiz promessa, pois aprendi a pedir a melhor situação; a coragem para aceitar o que estiver destinado, e se possível, entender, os desdobramentos nem sempre entendíveis da vida. Aprendi que o melhor que posso fazer, é justamente fazer tudo que estiver ao meu alcance, independente de promessa, pois mesmo que não queiramos ver, quando fazemos pela metade, somos nós mesmos os prejudicados.

Mas escrevo este texto porque semana passada aceitei fazer parte de uma aposta, situação que também evito em razão de conhecer meu caráter competitivo latente. Aceitei, não necessariamente para ser a vencedora do prêmio ou para desafiar meus oponentes, já que referida aposta depende exclusivamente do esforço de cada um.

Aceitei para – mesmo sabendo se tratar de uma competição – vencer o meu maior inimigo entre os 10 concorrentes, que seguramente, sou eu mesma.

Olhando para os 9 apostadores, também enxergo em cada um deles o maior inimigo deles: eles mesmos. Cada um com sua medida de luz e sombra, de alegria e tristeza, e definitivamente, de escolhas múltiplas. Quando eu olho para eles me identifico que a luta é nossa. Enxergo o quão semelhante somos.

Aceitei para testar se meu comprometimento (não necessariamente em vencer a aposta, o que também quero) é tão firme e garantido quanto ter dito apenas “Sim, estou dentro!” (esta última frase até papagaio consegue repetir).

Quero ao final de maio poder reler este texto e pensar – “puxa vida, fiz realmente tudo que estava ao meu alcance”…
E quando a tentação bate à minha porta, essa indagação a seguir ecoa em mim todas as vezes: – Se você ceder, vai conseguir responder que fez tudo que estava ao seu alcance ou simplesmente foi cedendo aqui, cedendo acolá” e depois chamará o vencedor de “sortudo”?

Não sei ainda quem será o vencedor, pois a turma é boa demais, e meu desejo sincero é que – independente da posição alcançada na aposta – todos os participantes tenham tranquilidade e maturidade de poderem responder (a si mesmo) com segurança que não se sabotaram, que aceitaram o compromisso e fizeram o seu melhor, pois este melhor será exposto dia após dia, (como também nos expomos dia a dia na nossa vida, independente de apostas).

Finalizando o texto, quero dizer que ontem comprei uma mercadoria e pedi para embrulharem para presente.

Ficou horrível o embrulho, e quando a moça me entregou, perguntou: – Está bom?

Eu simplesmente respondi – Se este é o seu melhor, está sim.

Ela corou e me pediu dois minutinhos para refazer o pacote. E então ficou muito melhor e aí sim, eu consegui enxergar o melhor dela e repliquei:

– Tinha certeza que seu melhor era bem melhor que aquele pacote!

Ela me agradeceu o toque e disse que o dia estava sendo difícil. Não me estendi, mas os desafios não são fáceis mesmo, e ter que recusar aquele brigadeiro; sorrir quando o desejo era de não ter saído da cama; ser gentil quando a vontade é de encenar Hitchcock não é fácil mesmo, mas é aí que descobrimos a tal da maturidade e o desafio toma a sua face.

O mundo precisa ser mudado? Com certeza, como a única certeza é que devemos começar esta mudança dentro do nosso mundo mais próximo, que somos nós mesmos. Alegria minha gente, alegria!
Bom carnaval!

SOMOS MUITO MELHORES QUANDO SOMOS NÓS!

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Ana Luiza Alves Lima

Nascida em Santos, São Paulo, Brasil. Advogada e Consultora na Gestão de Pessoas em São Paulo – SP, Brasil. Formação: Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Santos (UniSantos-SP); Pós-graduado em Gestão de Seguros (Fundação Getúlio Vargas – FGV-SP); Consultora do Serviço Nacional do Comércio (SENAC para cursos livres e de pós graduação) e Administração de Recursos Humanos, pelo SENAC/SP. Membro da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo e da Associação dos Advogados de São Paulo.

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