Empreendedorismo e Inovação

Mídias digitais e streaming: inovação, progresso e uso nos dias atuais

É evidente que houve mudanças drásticas nas plataformas e modos de consumir conteúdos audiovisuais, desde o lançamento do vídeo cassete, até hoje, quando temos acesso a um mar de streamings e mídias digitais disponíveis e prontos para uso.

Para entendermos melhor as mudanças que ocorreram nesse segmento, vamos analisar os principais acontecimentos do mercado nas últimas décadas que impactaram o consumo de conteúdos audiovisuais. 

Pioneiro e visionário: o vídeo cassete

Na década de 70, o mundo assistiu ao lançamento e divulgação de um sistema tecnológico e totalmente diferenciado para a época: o vídeo cassete. Um aparelho eletrônico, que permitia a gravação e reprodução de imagens que ficavam registradas em fitas magnéticas dentro de uma caixa plástica, veio e revolucionou a relação entre os produtores de conteúdo da época e seus consumidores.

Antes da disseminação desse novo meio, era utilizado o videoteipe (VTR), que, com o tempo, perdeu a utilidade e se aperfeiçoou para atender as necessidades da população, tendo em vista que a tecnologia estava em processo de desenvolvimento.

O primeiro vídeo cassete que obteve sucesso comercial e reconhecimento no mundo foi o U-matic. Ele foi desenvolvido pela Sony e introduzido ao mercado ainda na década de 70. Com o tempo, ele se difundiu e foi otimizado, para ser mais fácil de utilizar que o videoteipe.

Uma nova etapa da revolução: o lançamento do DVD

A revolução seguinte veio duas décadas depois, em 1995, com a criação do DVD (Digital Versatile Disc). Ele foi desenvolvido para trazer maior capacidade de armazenamento que os CDs e ser uma fonte de arquivamento de dados, incluindo sons e imagens.

O DVD o substituiu facilmente, não apenas pela tecnologia óptica superior, mas também por ter padrões mais avançados e desenvolvidos na compressão de dados. Com um DVD, era possível reunir mais informação que em um CD.

Mais informação e qualidade: surge o Blu-Ray

Apenas oito anos após a criação do primeiro aparelho de DVD, em 2003, a Sony lançou seu primeiro gravador em Blu-Ray, uma alternativa para os amantes do DVD. Apesar das aparentes semelhanças nas tecnologias, o Blu-Ray trouxe ainda maior capacidade de armazenamento de dados e qualidade superior. 

Pensado para televisões que funcionem em Full-HD, o Blu-Ray foi mais uma tecnologia importante que sucumbiu ao inexorável tempo que traz inovações e novos produtos, serviços e soluções para o mercado.

A aceleração do desenvolvimento de novas tecnologias e inovações

É incontestável que diariamente vemos o desenvolvimento de novas tecnologias e plataformas de distribuição de conteúdo. Cada vez mais, notamos que os avanços e inovações acontecem com maior rapidez e substituem facilmente as ferramentas que existiam e não se adaptaram aos novos tempos.

Sempre em busca de soluções mais simples e que atendam às suas necessidades, os consumidores de materiais audiovisuais viram na última década a possibilidade de acessar praticamente qualquer conteúdo de dentro de casa. A facilidade e a simplicidade no consumo por parte do cliente é a regra para quem quer vencer no mercado e prosperar.

As substituições do vídeo cassete, pelo DVD e do DVD pelo Blu-Ray são apenas dois dos muitos exemplos que poderíamos trazer. Em 2014, a revista “Time” listou o Blu-Ray como um dos cinco produtos tecnológicos que estariam mortos em cinco anos. Apenas dois anos se passaram e, juntamente com o DVD, ele deixou de ser um dos meios mais lucrativos da indústria midiática de audiovisual, sendo sucedido por plataformas de streaming e por mídias digitais.

O caso mais emblemático: ascensão e queda da Blockbuster

Fundada em 1985, nos Estados Unidos, a Blockbuster ficou conhecida por ser a maior rede de locadoras de filmes e jogos de videogame do mundo. Um sucesso global, que alcançou em seu auge a marca de mais de 4.500 lojas no planeta. Infelizmente – ou felizmente, para os concorrentes –, não soube lidar com as novas demandas do mercado e o surgimento de novas tecnologias: quebrou em 2011.

A falência da Blockbuster tornou a Netflix a maior empresa midiática do mundo – uma relação que poderia ter tido fim muito diferente. Em 2000, quando a Netflix ainda era uma empresa que cobrava um valor mensal para enviar DVDs para a casa de seus clientes, os CEOs das duas empresas se reuniram para negociar. O que a Netflix pedia? US$50 milhões, e a Netflix passa a pertencer a Blockbuster. A resposta? “Não. Isso nunca vai funcionar.” E o resto é história, com a Netflix chegando hoje a mais de US$200 bilhões de valuation.

A partir de 2007, a Blockbuster começou a ver uma drástica queda em sua receita, enquanto a Netflix aperfeiçoou seus serviços e seu modelo de negócios, para se tornar uma das maiores e mais famosas plataformas de streaming digital do mundo, competindo com as grandes produtoras de Hollywood pelas estatuetas do Oscar, com suas próprias produções em todo o globo.

Qual foi o mérito da Netflix e demais plataformas de streaming que surgiram nos últimos anos? Adequar-se às novas tecnologias e demandas do mercado, que exigiam a saída de um modelo organizacional tradicional e conservador. A Blockbuster, em sua zona de conforto, fechou as portas e não conseguiu mais competir com os concorrentes.

Produza e engaje com o seu público: o YouTube e seu impacto na vida das pessoas

O YouTube, tão comum em nossas vidas, surgiu em 2005, como um site de compartilhamento de vídeos, ainda sem saber o que o esperava: um sucesso tão grande e exponencial que o levou a ser a maior plataforma com essa finalidade no mundo.

Grande parte dos projetos e conteúdos audiovisuais criados atualmente estão disponíveis na plataforma e grande parte da população consegue acessá-los com facilidade. O crescimento constante nas últimas décadas impressionaria o maior visionário na sua época de lançamento. Alguém imaginaria, em 2005, que um único clipe musical conseguiria atingir 100 milhões de visualizações em apenas um dia?

Diariamente, são publicados conteúdos focados em todo tipo de público, e qualquer pessoa pode começar a produzir seu próprio conteúdo ou interagir com seus criadores favoritos. Seja você o agente ou parte da criação do conteúdo que você gosta de consumir! 

Hoje, diante do sucesso dos Youtubers, ninguém mais duvida da força do YouTube. Mas, em 2005, certamente alguém duvidou e disse que aquilo “nunca daria certo”, por não haver demanda suficiente. Quem olhou para o futuro, por outro lado, prosperou.

O tradicional em crise: declínio dos canais a cabo e da televisão aberta

Para terminar nossa conversa, nos resta comentar também sobre a televisão aberta e os canais por assinatura. Ainda fortes em tantas residências, são dois meios que também sofrem por terem parado no tempo e não terem se preparado para as mudanças no mercado, que hoje prioriza em grande medida os serviços de streaming mais modernos e com oferta para qualquer tipo de público.

As novas gerações, nascidas no meio da tecnologia, vão sempre optar pela facilidade e praticidade de assistir ao que quer e a hora que quer, com custo acessível e sem se preocupar em seguir uma grade de programação.

Enquanto os serviços de streaming têm crescido e alcançado a cada ano mais clientes, a televisão aberta tende a diminuir, e isso é preocupante para as empresas envolvidas nessa operação. Os canais por assinatura ainda têm públicos fieis e alcançam aproximadamente 40% dos lares brasileiros, mas também serão alvos das soluções mais tecnológicas do mercado se não se modernizarem. Se você duvida, saiba que pesquisas já indicam que mais de 60% dos brasileiros consomem streamings.

O mercado audiovisual é mais um bom exemplo de que as mudanças são inevitáveis e exigem coragem para encará-las. Ficar na zona de conforto é fácil, mas fatal. A inovação e a adaptação podem ser dolorosas, mas um caminho para o sucesso. E aí, de que lado você quer ficar?