Empreendedorismo e Inovação Tecnologia

Internet of Things (IoT), Internet of Everything (IoE) ou Web of Things (WoT)?

No mercado vem se propagando que, em um futuro próximo, o mundo estará ultra conectado. O propósito é que haja integração entre diferentes processos, objetos e pessoas, e caso isso se torne realidade, irá alterar significativamente a vida de todos. Acompanhando este novo mundo, várias novas denominações surgem, sendo elas:

  • Internet of Everything – IoE
  • Internet of Things – IoT
  • Web of Things – WoT
  • Connected World
  • Programmable World
  • Wearable Computing
  • Data Science or Data Scientist

São diversas denominações as quais descrevem um grupo de novas tecnologias, que estão disponíveis para que as acessemos, ou sejam acessadas pela Internet, como, por exemplo: carros, casas, roupas, relógios, refrigeradores, panelas, fogões, aviões, locomotivas, etc.

Na busca de um melhor entendimento, será feita uma análise de cada um desses termos, para que seja possível compreender como a vida cotidiana irá mudar radicalmente, com a popularização dessas “novas” tecnologias. Nesse primeiro artigo, veremos os conceitos de Internet of Everything e Internet of Things.


Internet of Everything

Internet of Everything ou IoE, é um conceito que envolve a “Internet of Things”.  Uma definição para o IoE pode ser:

Internet of Everything é a união de pessoas, processos[1], dados e coisas. Portanto, a IoE possui 4 pilares fundamentais, sendo elas: pessoas, coisas, dados e processos. Os quatro elementos juntos, criam um jeito das pessoas se relacionarem com o mundo ao seu redor.

Com a junção desses quatro elementos, é possível o melhor entendimento do comportamento de quase tudo que está ao nosso redor. Os quatro pilares interagem mutuamente, possibilitando o desenvolvimento de novas ideias, práticas, produtos, serviços, melhorando a análise de tendências, comportamentos, etc. O IoE irá transformar dados em informação, gerando insights produzidos por sistemas computacionais[2], que irão ajudar a interpretação pelas pessoas, do que está acontecendo e o que possivelmente acontecerá. Tais insights irão possibilitar a criação de novas funcionalidades de produtos, serviços, além do entendimento do que as pessoas querem e/ou precisam, permitindo novas e enriquecedoras experiências e oportunidade de negócio para pessoas, empresas e países.

Um exemplo de IoE poderia ser a possibilidade de conectar uma árvore na Internet (coisa), que irá transmitir informações em tempo real (processo de transmitir dados), para compreender, por exemplo, como a árvore está reagindo às mudanças climáticas. Essas informações iriam para cientistas (pessoas) e as conclusões poderiam estar disponíveis na internet, para que todos possam acessar. Agora imagine milhões de árvores conectadas ao redor do mundo, transmitindo informações em tempo real? Certamente, as informações coletadas iriam nos ajudar a compreender melhor este fenômeno.

Internet of Things

Comparando a Internet of Things (IoT), com o IoE, pode-se considerar que o IoT é uma parte do IoE. É possível dizer ainda, que o IoT contribui com o IoE, ou ainda, é uma “ferramenta” do IoE. O IoT aborda como e o por quê os objetos inanimados (coisas), são conectados a uma rede e como essas coisas, conversam entre si. A Cisco[3] estima que até 2020, serão mais de 50 bilhões de objetos conectados, dessa maneira, considere os objetos conectados à internet. Posteriormente, associe processos inteligentes de coletas das informações produzidas por eles e, finalmente, entregues tudo para as pessoas analisarem. Por fim teremos a definição do IoE.

O IoT poderá criar novas funcionalidades no cotidiano dos indivíduos, que irão beneficiar e modificar profundamente a forma como as pessoas vivem. Considere o exemplo dos carros da Tesla[4] que usam o IoT para fazer recall.

A Tesla pensa recall da seguinte maneira:

Who needs a recall when you have over-the-air updates? Certainly not Tesla
Quem precisa de um recall, quando você tem atualizações pelo ar? Certamente a Tesla não precisa

A Tesla descobriu que uma falha do software do carro, poderia afetar a funcionalidade do airbag do passageiro do modelo Model X. O concerto era fundamental para a segurança dos passageiros e é considerado um recall importante, porém o que poderia ser um transformo para os clientes da Tesla, que paga mais de US$ 80 mil dólares nos Estados Unidos por esse carro, não passou de algo semelhante a um download de atualização de um APP no smartphone. Para solucionar o problema do airbag, a Tesla enviou um mail que dizia o seguinte: a solução irá ser enviada pelo ar, com uma atualização neste final de semana. Os clientes não precisam fazer nada, além de aguardar alguns dias e aceitar a atualização. Segue o e-mail da tesla aos seus clientes:

“Although we’re not aware of a single customer car that has had an issue with it, there was an anomaly with the passenger airbag in a right-hand-drive Model X that was part of routine internal tests this week. After reviewing the results of this test, we were able to isolate the anomaly to the software controlling the passenger airbags in right-hand-drive Model X cars only, and we are already developing an over-the-air software update that fixes it”

“Embora não tenhamos conhecimento um único carro de clientes, que tenha tido algum problema, houve uma anomalia com o airbag do passageiro do modelo X, que foi descoberto com testes internos de rotina nesta semana. Depois de revisar os resultados deste teste, conseguimos isolar e consertar a anomalia no software, que controla os airbags do passageiro, nos carros do modelo X. Já estamos desenvolvendo uma atualização de software que irá consertar este problema “.

A correção chegará “neste fim de semana”, disse Tesla, e não há “necessidade de colocar seu veículo em serviço”. Houve apenas um inconveniente nesse processo, pois a Tesla recomendou que o assento do passageiro da frente do seu veículo não seja ocupado, até a atualização do software estar instalada.

O IoT está revolucionando o cotidiano das pessoas, tornando o dia-a-dia bem mais simples. Por exemplo, casas na Califórnia, já possuem portas da garagem conectada à internet, que se conectam ao GPS do carro e abrem, automaticamente, quando o motorista se aproxima. Quando a porta da garagem começa a fechar, ela envia um sinal para que a casa acenda as luzes, ligue a cafeteira, encha a banheira, ou qualquer outra atividade que a pessoa tenha em sua rotina. O sistema pode ainda detectar mudanças no ambiente e percebendo que o morador da casa chegou, ligando o Apple Music ou o Spotify, ajustando ainda o termostato nas preferências do morador.

A conexão entre a garagem e o carro é uma funcionalidade de IoT.  A interação entre diversas coisas já é considerada IoE. A interação com as pessoas ocorre, por exemplo, quando a “casa” que fazer algo pessoal para alguém. A informação ocorre quando o GPS se comunica com a garagem. A coisa ocorre quando a cafeteira, portas da garagem, sistemas de som, luzes, termostato estão ligados entre si e trocando informações.

Os processos são, por exemplo, o acionamento das luzes quando a porta da garagem se fecha. Outro exemplo, é quando o sistema de som é iniciado quando percebe movimentações no ambiente.

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[1] É a formas em que há a união de: pessoas, dados e objetos para execução conjunta de uma determinada tarefa
[2] Machine Learning, Deap Learning e Inteligência artificial serão abordados em outro artigo
[3] https://www.cisco.com
[4] https://www.tesla.com

Fernando Arbache

Fernando Arbache

Mestre em Engenharia Industrial PUC/Rio. Independent Education Consultant working with MIT Professional Education. Graduado em Engenharia Civil, UFJF. Data and Models in Engineering, Science, and Business/MIT, Cambridge, MA (USA). Challenges of Leadership in Teams/MIT, Cambridge, MA (USA). Data Science: Data to Insights/MIT, Cambridge, MA (USA). AnyLogic Advanced Program of Simulation Modeling/Hampton, NJ (USA). Experiência Acadêmica: Educational Consultant working with MIT. Instructor in Digital Courses at MIT Professional Education in Digital Transformation and Leadership in Innovation. Atuou cimo coordenador da FGV em cursos de Gestão. Atuou como professor FGV, nas cadeiras e Logística, Estatística, Gestão de Riscos e Sistemas de Informação. Professor da HSM Educação, IBMEC e FATEC. Livros escritos: ARBACHE, F. Gestão da Logística, Distribuição e Trade Marketing. São Paulo: Ed. FGV, 2004. ARBACHE, F. Logística Empresarial. Rio de Janeiro: Ed. Petrobras, 2005. ARBACHE, A. P. e ARBACHE, F. Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos. São José do Rio Preto- SP: Raízes Gráfica e Editora, 2012. Pesquisa: Desenvolvimento de modelos de mapeamento de Competências Comportamentais e Técnicas, por meio de gamificação com uso de Inteligência Artificial, utilizando Deep Learning e Machine Learning (http://www.arbache.com/mobi). Programa de Inovação com 75 cooperativas de diversas áreas de atuação e aproximadamente 500 participantes, com Kick-off no MIT PE (http://www.arbache.com/inovacoop). Desenvolvimento de Inteligências nos dados e métricas - Big data e precisão nas tomadas de decisões na gestão de pessoas. Experiência Profissional: CIO (Chief Innovations Officer) da empresa Arbache Innovations especializada em simulação, inovação com foro em HRTech e EduTech – empresa premiada no programa Conecta (http://conecta.cnt.org.br) como uma das 5 entre 500 startups mais inovadoras da América Latina. Acelerada pela Plug&Play (https://www.plugandplaytechcenter.com) em Sunnyvale, CA – Vale do Silício entre novembro e dezembro de 2018. Desenvolvimento de parceria com o MIT – Massachusetts Institute of Technology para cursos presenciais e digitais – http://www.arbache.com/mitpe, https://professional.mit.edu/programs/digital-plus-programs/who-we-work & https://professional.mit.edu/programs/international-programs/who-we-work

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