Ramon Garcia (MBA Gerenciamento de Projetos FGV)
O texto é versão resumida de trabalho de conclusão de curso de pós-graduação em gerenciamento de projetos pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, intitulado Treinamento em Gestão de Projetos: uma aplicação do PMBoK® no desenvolvimento do Programa de Educação Municipal em Saúde Ambiental (PEMSA) de Caieiras – SP, modalidade MBA.
Observa-se, atualmente, nos municípios brasileiros, uma carência generalizada de efetividade, eficiência e eficácia das ações de iniciativa governamental que visam a qualidade de vida dos cidadãos.
Em contraste ao somatório de impostos pagos por estes cidadãos, com o intuito de serem garantidos serviços básicos de qualidade, é evidente a precariedade dos transportes coletivos, a baixa eficiência dos sistemas públicos de segurança e saúde, a ineficácia no provimento de um ambiente natural e construído em equilíbrio, estendendo-se, também, esta deterioração a outras variáveis essenciais ao ser humano, como alimentação saudável e livre de agrotóxicos, maior desenvolvimento de ações culturais e de postos locais de trabalho e mobilidade municipal de veículos e pedestres em harmonia. Assim, tem-se uma insustentabilidade sistêmica que impacta o cotidiano dos cidadãos.
Portanto, nota-se a urgência de ações governamentais integradas em detrimento da departamentalização administrativa, hegemônica na gestão pública e que se caracteriza por uma especialização técnica, tendo-se nas diversas secretarias municipais, muitas vezes, objetivos que não agregam alto valor e resultados conjunturais efetivos para municipalidade. Em outras palavras, produzem efeitos paliativos e localizados, focalizando-se o problema e não a solução.
É neste contexto que a educação em saúde ambiental propõe uma nova abordagem das questões sociais e ambientais (cujos desdobramentos atingem todos os aspectos do cotidiano das pessoas) ao designar o cuidado integral com a saúde e o ambiente como causa primordial para o estabelecimento de uma nova racionalidade em que se destacam a cultura de paz e de sustentabilidade socioambiental, tecnológica e econômica.
Somado a isto, cabe ressaltar, também, que a Administração pública é composta por pessoas, as quais irão executar as diretrizes, programas e projetos estabelecidos. Desta forma, uma nova perspectiva de tratamento das questões públicas está intrinsecamente relacionada à gestão do conhecimento institucional, sendo o treinamento de servidores públicos em gestão de programas e projetos o primeiro passo a ser dado em direção ao exercício de uma gestão pública mais eficiente, efetiva e eficaz no que tange: aos uso dos recursos disponíveis; ao alcance de metas e indicadores de desempenho estipulados; à gestão de escopo, do tempo, da equipe e da expectativa de partes interessadas nos projetos e programas (com especial destaque àqueles que pagam taxas e impostos, o contribuinte); ao controle dos riscos inerentes às ações desenvolvidas; ao gerenciamento de aquisições de serviços, produtos e resultados em processos licitatórios; à comunicação dos resultados parciais e finais e de prestação de contas aos demais servidores públicos, a outras entidades executivas, legislativas e judiciárias e, principalmente, aos munícipes.
Portanto, a educação em saúde ambiental torna-se relevante ponto de partida para uma maior resolutividade de políticas públicas e ações estratégicas governamentais, ao por foco: na saúde ao invés da doença, preconizando a prevenção e o cuidado integral do indivíduo (visando seu equilíbrio físico, psicológico e espiritual); na premissa de que um ambiente natural, conservado e preservado, contribui para a perpetuação do ser humano como espécie social e sociável; na capacitação e valorização do servidor público como elemento-chave para o início de uma abordagem integrada das demandas da sociedade a qual, com o tempo, poderia assimilar uma racionalidade socioambiental, transversal, integral e auto-sustentável.
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Autor: Ramon Gustavo Santos Garcia
Email: geprojetos@yahoo.com
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