Empreendedorismo e Inovação Estratégia

Estratégia do Negócio: Estabilidade Transitória: Samsung, LG, Apple, Google

As mudanças, com velocidade cada vez maior, mudaram severamente a dimensão do tempo no ambiente de negócios. Conquistar e manter uma vantagem competitiva de longo prazo é tarefa quase impossível para qualquer corporação.

Desde que Michael Porter cunhou o conceito de vantagem competitiva diferencial, há mais de trinta anos, executivos, dos mais diversos setores, têm buscado, obstinadamente, encontrar um valor singular e significativo que dê sustentação, de longo tempo, à sua estratégia de negócio. Contudo, as mudanças na base tecnológica, a intensificação da concorrência, e a difusão da informação ao alcance do cliente em tempo real têm encurtado o tempo de vida útil das estratégias das empresas. Logicamente, conseguir uma estratégia longeva é confortável para a empresa. Walmart, Ikea e Southwest Airlines são alguns exemplos vivos disso. Entretanto, isso, cada vez mais, passa a ser substituído por estratégias com foco em vantagens com tempo mais curto de duração, sobretudo, para empresas que operam em setores em mudança constante como a área de tecnologia; por exemplo – Samsung, LG, Apple, Google, para citar alguns.

O gestor responsável pela estratégia do negócio precisa entender que vantagem competitiva de longo prazo torna-se exceção, a palavra de ordem passa a ser vantagem competitiva transitória, ou seja, identificar e explorar oportunidades pontuais e dinâmicas torna-se imperioso para o sucesso.

Entretanto a regra fundamental da estratégia continua inalterada. Qual seja, foco no valor do cliente. Isso significa segmentar corretamente o seu mercado, identificar o real valor do cliente e entregá-lo com vantagem sobre a concorrência. Muitas empresas buscam, obstinadamente, superar a concorrência. Essa orientação cria um grave problema para a empresa, faz com que ela perca o foco no cliente. Nessa busca incessante de superar a concorrência, sua estratégia passa a ser determinada pela estratégia da concorrência, ou seja, ela deixa de desenvolver uma estratégia orientada pelo valor do cliente, logo, todo esforço será pouco, tornando-se difícil sustentar margem satisfatória para o acionista, porque o valor para o cliente é pobre.

Outro ponto crítico para a organização é identificar o ponto de mutação oportuno. As empresas, em sua maioria tendem a manter a estratégia por longo tempo, sem adequações. Quanto maior for o sucesso dela, maior a cilada. Vejamos alguns exemplos de empresas que lideraram o seu setor em determinado tempo e, no momento seguinte se viram em apuros por não entender a transitoriedade de sua estratégia, por exemplo – a Dell insistiu em produzir e vender hardware, até pouco tempo, quando o valor desse negócio já tinha migrado para o software; a Hewlett-Packard entendeu a lição antes, adquiriu a Eletronic Data Systems, em 2008, para dominar a tecnologia de serviços e agregar valor aos seus clientes, reconhecendo a transitoriedade de valor do hardware; a Kodak é um caso emblemático, pioneira na criação da máquina fotográfica digital, em 1975, não queria colocar em risco seu principal negócio (filme fotográfico), recusou-se a lançar o produto de nova tecnologia à época, a concorrência o fez, tardiamente ela tentou entrar no mercado com o novo produto e não obteve sucesso, já havia outras marcas bem posicionadas como inovadoras e a velha Kodak perdeu sua oportunidade de explorar a vantagem transitória e se manter na liderança como ícone de inovação tecnológica.

Cuidado com o sucesso.

Empresa que acumula longo período de sucesso pode se embevecer com os bons resultados. Importante entender que algumas máximas do passado não mais se confirmam no ambiente competitivo e de intensas mudanças, de hoje. Por exemplo, – pioneirismo -, ditado, por Al Ries, um dos criadores do conceito de posicionamento, como uma das leis vencedoras do marketing, não mais assegura vantagem competitiva significativa; outra ainda muito comum – marca tradicional é imbatível -, a tecnologia e a inovação inserem no mercado novos produtos com desempenho superior aos tradicionais com certa facilidade

Resumindo, entender a velocidade das mudanças, as tendências do ambiente de negócios e como isso afeta o comportamento do cliente é condição essencial para a empresa desfrutar de vantagens competitivas cada vez mais transitórias.

Palavras chave: estratégia, negócio, cliente, transitoriedade.