Gestão de Pessoas

Emoções positivas: impacto positivo nos valores SCRUM

Os valores SCRUM estão ligados ao comportamento das pessoas, à cultura das empresas e à rotina que temos no nosso cotidiano. Seus valores são: coragem, respeito, comprometimento, foco e abertura

Introdução

Todos eles possuem certa subjetividade e são potencializados quando estamos bem emocionalmente. Se nossas emoções estiverem negativas, há grandes chances de perdermos a essência desses valores. 

Porém, em nosso cotidiano pessoal e profissional, vivemos muitas incertezas, dúvidas, preocupações e pressões que nos afetam diariamente. Muitas dessas emoções são mais intensas e assumem proporções maiores do que deveriam, nos gerando estresse e apatia e fazendo com que percamos o foco, a capacidade de nos comprometer, a percepção do que é respeito, a coragem e a capacidade de sermos abertos e francos, aptos a escutar e falar.

Essas emoções negativas podem contribuir negativamente para que percamos nossa motivação e engajamento com o time SCRUM. Para que voltemos a crescer junto com a equipe, é necessário mitigar sentimentos ruins e focar no que é bom e que nos permitirá ser mais produtivos e efetivos no squad.

Para que possamos entender como fazer isso, é preciso considerar a teoria broaden and build (em uma tradução livre, “ampliar a visão e construir uma solução”), elaborada por Barbara Fredrickson. Ela fala que as emoções positivas colaboram na construção de um repertório de pensamentos e ações que nos ajudam a responder às situações complexas que vivemos.

Barbara Fredrickson nos mostra que quando sentimos emoções negativas, temos como consequência a redução da capacidade de expandir os nossos pensamentos, limitando nossa criatividade. O medo, por exemplo, faz com que nossas atitudes sejam instintivas e muitas vezes insensatas. Enquanto as emoções negativas nos restringem a agir por instinto, as emoções positivas nos capacitam para ampliar o repertório de soluções, permitindo encontrar possibilidades criativas e efetivas para os problemas que vivemos.

As emoções positivas nos ajudam a ativar a criatividade e a capacidade de ir além em nossas ideias. Além disso, elas nos auxiliam a liberar hormônios como a ocitocina, que nos motiva e nos ajuda a interagir com as pessoas, criando relacionamentos positivos, colaborativos e motivadores. Essa capacidade relacional é fundamental para sermos colaborativos nos squads e ajudarmos a acelerar os projetos.

Mas diante das pressões que vivemos no dia-a-dia, como ter emoções positivas?

Para Fredrickson, ao potencializarmos um sentimento bom, ele pode desencadear uma sucessão de pensamentos virtuosos que nos farão mudar a visão pessimista, construir um novo olhar e sentir mais satisfação. Basta achar pelo menos uma emoção positiva, algo que nos faça bem e que potencialize pensamentos otimistas e de bem-estar, em vez de ampliar nossos sentimentos negativos.

Quando ampliados e potencializados, os sentimentos negativos podem trazer outros, fazendo com que se inicie um espiral de percepções que nos trarão impotência e insegurança. Se pensarmos ao contrário, quando um sentimento bom é ampliado, ele constrói uma espiral inversa e nos traz entusiasmo e satisfação.

Conclusão

O poder de sentir emoções positivas está em nossas mãos e é uma escolha que podemos fazer. É importante nos engajarmos com os nossos squads e buscar o que há de melhor neles. Assim podermos potencializar o que há de bom e nos motivar, criando uma corrente positiva para sermos mais produtivos e felizes.

Referência Bibliográfica

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Fernando Arbache

Fernando Arbache

Mestre em Engenharia Industrial PUC/Rio. Independent Education Consultant working with MIT Professional Education. Graduado em Engenharia Civil, UFJF. Data and Models in Engineering, Science, and Business/MIT, Cambridge, MA (USA). Challenges of Leadership in Teams/MIT, Cambridge, MA (USA). Data Science: Data to Insights/MIT, Cambridge, MA (USA). AnyLogic Advanced Program of Simulation Modeling/Hampton, NJ (USA). Experiência Acadêmica: Educational Consultant working with MIT. Instructor in Digital Courses at MIT Professional Education in Digital Transformation and Leadership in Innovation. Atuou cimo coordenador da FGV em cursos de Gestão. Atuou como professor FGV, nas cadeiras e Logística, Estatística, Gestão de Riscos e Sistemas de Informação. Professor da HSM Educação, IBMEC e FATEC. Livros escritos: ARBACHE, F. Gestão da Logística, Distribuição e Trade Marketing. São Paulo: Ed. FGV, 2004. ARBACHE, F. Logística Empresarial. Rio de Janeiro: Ed. Petrobras, 2005. ARBACHE, A. P. e ARBACHE, F. Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos. São José do Rio Preto- SP: Raízes Gráfica e Editora, 2012. Pesquisa: Desenvolvimento de modelos de mapeamento de Competências Comportamentais e Técnicas, por meio de gamificação com uso de Inteligência Artificial, utilizando Deep Learning e Machine Learning (http://www.arbache.com/mobi). Programa de Inovação com 75 cooperativas de diversas áreas de atuação e aproximadamente 500 participantes, com Kick-off no MIT PE (http://www.arbache.com/inovacoop). Desenvolvimento de Inteligências nos dados e métricas - Big data e precisão nas tomadas de decisões na gestão de pessoas. Experiência Profissional: CIO (Chief Innovations Officer) da empresa Arbache Innovations especializada em simulação, inovação com foro em HRTech e EduTech – empresa premiada no programa Conecta (http://conecta.cnt.org.br) como uma das 5 entre 500 startups mais inovadoras da América Latina. Acelerada pela Plug&Play (https://www.plugandplaytechcenter.com) em Sunnyvale, CA – Vale do Silício entre novembro e dezembro de 2018. Desenvolvimento de parceria com o MIT – Massachusetts Institute of Technology para cursos presenciais e digitais – http://www.arbache.com/mitpe, https://professional.mit.edu/programs/digital-plus-programs/who-we-work & https://professional.mit.edu/programs/international-programs/who-we-work

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