A definição para a palavra “muro” é uma parede e/ou divisa com relação ao exterior. Qualquer coisa que sirva de divisão de espaços, ou por extensão de sentido: ameaça, perigo, defesa, proteção, e é justamente quando a pessoa (no linguajar popular) fica em cima do muro, é que ele nem divide, nem protege, nem ameaça…
Curioso perceber que as pessoas que não se valem de suas posições para decidir, enfrentar, fazer jus, na roda da vida acabam se julgando “injustiçadas” pelas consequências dos seus silêncios gritantes. Um posicionamento requer (mesmo contrariando a maioria), uma justificativa plausível que dê respaldo a se sustentar. O difícil é quando a pessoa acredita que “ficar em cima do muro” fará o problema desaparecer, ou dará uma conotação de que o silêncio “resolve” o assunto por si. Não resolve. E pior, pode criar calos doloridos e interpretações abissais. Tratar o outro com indiferença é sempre pior que um não ou um sim. Tem momentos que de fato não sabemos se ajudamos, se podemos seguir os caminhos sugeridos, nem tão pouco conseguimos enxergar possibilidades, mas é fato que “defender-se” de posicionar-se para que não tenha que justificar seu partido é de um enfraquecimento que afasta o ser do mundo. O que sei – do pouco que sei – é que não são os erros que nos afastam da vida, são as perdas. A perda de um momento que deixamos de ajudar mesmo podendo. A perda da definição que o outro espera de nós e postergamos para não nos comprometermos. A perda da oportunidade de se calar ou de falar tendo a chance. Errar faz parte do tentar acertar, já o ficar em cima do muro é de uma fragilidade ofuscante sobre aquele que justamente acredita que “fechando os olhos”, os outros passarão a deixar de vê-lo. Bobagem juvenil de consequência adulta. Quem vive indeciso, acaba atropelado por si mesmo.
Atenção e ação, e um excelente fim de semana.
“A indecisão é capaz de fazer você perder o que você ainda não tem.” Autor desconhecido
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