No último dia 23 de maio ocorreu, em São Paulo, a 4ª edição do Conalife – Congresso Nacional de Liderança Feminina, cujo tema era “Liderança 4.0 – Um novo olhar sobre nós”. Lia Azevedo, vice-presidente de RH e Comunicação do Grupo Boticário, abriu o evento com uma mensagem importante indicando a necessidade de não só se discutir e debater o tema da diversidade e equidade de gênero, mas também assumir compromissos e colocá-los em prática reforçando a relevância do tema e seu impacto práticos nos negócios.
No painel de Liderança 4.0, Ana Paula Assis, presidente da IBM, trouxe um dado importante sobre a participação das mulheres na indústria de tecnologia: somente 20% dos profissionais que hoje atuam com inteligência artificial são mulheres; essa baixa representatividade pode apresentar um risco na construção dos sistemas cognitivos que podem nascer enviesados considerando somente a ótica masculina. Para olhar para essa questão, deve-se atuar na base, uma vez que nos cursos de Ciência da Computação, as mulheres são somente 18% das graduadas. Para aumentar o percentual das mulheres nessa área, deve-se buscar alternativas como ter empresas investindo na formação de mulheres nesse campo de conhecimento. O painel que tratou de gerações chamou atenção para o fato de que racismo e etarismo são potencializados com relação às mulheres. Isso significa que a idade afeta mais as mulheres que homens no mercado de trabalho, bem como a raça. Há pesquisas que indicam que as mulheres parecem nunca estar na idade certa para o trabalho: ou são muito jovens, ou estão em idade de ter filhos e não irão se dedicar ao trabalho ou já estão muito velhas, após os 40 anos. Esse painel contou com a participação de mulheres de diferentes idades e atuações relatando suas experiências e desafios, inclusive dando atenção à representatividade política das mulheres com a fala da jovem deputada estadual de São Paulo, Marina Helou.

O terceiro painel do evento desafiou os participantes a adotarem um novo olhar sobre as faces das diversidade e do gênero, trazendo diferentes depoimentos: a profissional grávida e que estava com receio de perder a vaga na entrevista, mas foi amplamente acolhida pela empresa (e contratada); a profissional de mais de 60 anos, que atua em uma multinacional apaixonada pelo que faz e com muito sucesso; a profissional negra que superou desafios ocupando uma posição de liderança no setor de educação; a profissional transsexual que encontrou espaço no mercado de trabalho, vencendo com afinco os preconceitos e tabus acerca de seu gênero; e finalmente, a profissional que tem uma doença auto imune de pele e lutou contra os estereótipos e preconceitos associados aos padrões de beleza impostos às mulheres.

Finalmente, o último painel do evento tratou sobre empatia ouvindo a fala de representantes da Siemens, Serasa Experian e Mappit e como a diversidade só consegue caminhar como uma ação concreta se incentivamos e exercitamos a empatia nas organizações.
O evento foi encerrado com a participação de Karen Greenbaum, presidente da AESC (Association of Executive Search and Leadership Consultants), com uma lista de ações e recomendação para as organizações:
- O que é mensurado, é gerenciado
- Líderes devem ser os apoiadores da diversidade.
- Adote práticas justas de contratação e trabalho.
- Faça a diversidade ser uma prioridade, não uma iniciativa isolada.
- Identifique e desenvolva mulheres com alto potencial.
- Crie uma cultura de “o melhor lugar de trabalho” para as mulheres.
O evento muito interessante e relevante para a discussão e conscientização do tema nas organizações e em nossa sociedade. Ano que vem tem mais!

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