O mundo do trabalho é uma agenda vital para as mulheres. A grande discussão passa pela equidade de gênero da força de trabalho nas organizações favorecendo a entrada, o desenvolvimento e a ascensão delas nesse contexto.
Introdução
Desde 1970 as mulheres buscam fortalecer sua presença e ação na sociedade. No entanto, os estudos acadêmicos que abordam a temática, ressaltam que há evidências de que a narrativa do trabalho/família influencia na ascensão da mulher no mercado de trabalho.
A dificuldade de conciliar os dois mundos: pessoal e profissional, impede, em grande parte, a mulher progredir em sua carreira, também conhecida como “teto de vidro”.
Dificuldades enfrentadas no dia-a-dia
Com a maior dedicação à família, a mulher tem que fazer a perversa escolha e optar por uma jornada menos desafiadora, pois, muitas vezes não têm condição para suportar uma rota mais arrojada.
Isto posto, prevalece a tese de que a jornada dupla (trabalho/família) tira oportunidades para a conquista de altos cargos nas hierarquias das empresas. Os dados estatísticos confirmam essa disparidade.
Realmente, no topo das organizações temos mais homens que mulheres. Para chegar lá é necessário muita dedicação e esforço, como: viagens recorrentes, finais de semana preparando apresentações exageradas, reuniões intermináveis, muitos happy hours, cursos em período noturno, férias canceladas, ausências nas festas da escola dos filhos, ou mesmo dos aniversários dos amigos, e trabalho em excesso.
Tudo isso compõe uma gama complexa de ações necessárias para validar o acesso a esses cargos. Para atingir o topo é preciso ser valente e obstinado! Entretanto, infelizmente, a rota para a conquista, como falado anteriormente, não perdoa quem a deixa pelo meio do caminho.
As organizações, cada vez mais competitivas e, por isso mais exigentes, buscam profissionais extremamente dedicados e com uma agenda livre para atender às suas demandas a qualquer momento, ou melhor a todo tempo!
Caso a organização não tenha nenhum programa voltado para a carreira da mulher, os sacrifícios para se chegar ao topo podem se tornar uma verdadeira odisseia. Os progressos mais notáveis estão nas mulheres que: ou abdicaram de ter uma vida familiar mais ativa, ou de vivenciar a maternidade.
Também daquelas que se “tornaram homens de saia” para poder “falar de igual para igual” , deixando assim à sua identidade feminina para fora da organização.
Para resistir aos preconceitos, vieses, estigmas, discriminações, muitas delas sucumbem. Os obstáculos se somam e ficam cada fez mais agudos, quando os seus líderes se tornam complacentes com essa situação e a cultura organizacional se omite prejudicando o ciclo de carreira dessa profissional.
Conclusão
Essa narrativa é traiçoeira, viver para família, ou viver para o trabalho? Vejam, o ponto de equilíbrio seria dar a todos as mesmas oportunidades e condições para terem ciclos de carreiras virtuosos.
O grande desafio são as jornadas exaustivas e as grandes exigências que as organizações impõem ao profissional. Essa sim, também é uma grande vilã das mulheres, pois compromete, por si só, perpetua as desigualdades entre os gêneros no mercado de trabalho.
Ana Paula Arbache é fundadora do coletivo HubMulher voltado para o apoio a sororidade e a carreira da mulher. É sócia da Arbache Innovations que é sginatária dos Weps e do Pacto Global. É PhD em educação e docente dos cursos de MBAs da FGV.
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