Neutralidade geopolítica e soberania nacional garantida pelas forças armadas – caminhos para o Brasil como potência econômica
Uma nova consideração: Taiwan ou Taiuã (em caracteres chineses 台灣; em português, Ilha Formosa) é uma ilha no leste do continente asiático administrada pela República da China, porém, em 1988, Taiwan acelerou a abertura de seu regime, sob o comando de Lee Teng-hui, independente da autorização do partido comunista chinês. Taiwan apressou sua democratização com eleições presidenciais, cujo vencedor foi Kuomintang, em 1992. A China, apreensiva com tais ocorrências, sugeriu a unificação sob a fórmula “um país, dois sistemas” (comunismo e capitalismo) – a mesma adotada em Hong Kong – porém recusada pelo governo de Formosa.
Em março de 1996, às vésperas da primeira eleição presidencial direta no país, a China realizou manobras militares no estreito de Formosa. Os Estados Unidos deslocaram dois porta-aviões para a região para proteger o país. A economia formosina cresceu rapidamente atraindo novos investimentos internacionais e a atenção do governo chinês. Mesmo não reconhecendo oficialmente o regime taiwanês, os Estados Unidos passaram a suprir Taiwan de poderio militar, buscando protegê-la de uma possível invasão chinesa. Em 1992, com base nessa política, os Estados Unidos forneceram a Taiwan 150 caças F-16. Atualmente, existem mais de 200 F-16 em serviço na força aérea do país. No ano seguinte, Taiwan compra da França 60 caças Mirage 2000 e seis fragatas. O assunto volta à tona em agosto de 2001, quando Washington autoriza a venda a Taiwan de um pacote de armamentos sofisticados que incluía quatro destróieres, aeronaves Orion (para detecção de submarinos) e oito submarinos a diesel. A indústria taiwanesa AIDC desenvolveu ainda o caça o Ching Kuo, a partir de1982, com forte apoio da norte-americana General Dynamics, desenvolvedora do F16 Fighting Falcon, com o objetivo de substituir os caças Northrop F-5E que estavam na ativa. O Ching Kuo entrou em serviço em 2000 entregando 130 aparelhos para a força aérea de Taiwan.
Percebe-se que ao aumentar seu poderio militar, Taiwan possivelmente passou a inibir possíveis tentativas de invasão chinesa. Portanto, hipoteticamente ao buscar sua soberania, através de crescimento econômico e militar, mesmo não sendo uma nação reconhecida pela ONU, Taiwan vem conseguindo ganhar força no cenário geopolítico.
Porém, mesmo com o rearmamento de suas forças armadas, Taiwan ainda é extremamente frágil diante da potência militar chinesa. Para buscar inibir possíveis invasões chinesas, Taiwan passou a depender do apoio militar dos Estados Unidos e da França, seus fornecedores de armamento bélico. Qual o preço pago por essa nação ao depender das forças armadas norte- americana e francesa para defendê-la e supri-la de equipamentos bélicos? É muito complexo mensurar o custo geopolítico a ser pago por este apoio, pois qualquer direcionamento assumido pelo governo taiwanês que desagrade tais nações defensoras representará uma ameaça direta à sua soberania, pois as sanções – sejam elas econômicas, políticas ou militares impostas pelos Estados Unidos e nações alinhadas a ele, a Taiwan – representariam uma oportunidade de retomada do controle desta ilha pela China.
Países como Kuwait e Taiwan ao tornarem-se dependentes militarmente de uma potência militar, visando garantir sua soberania, passa a tê-la, porém restrita às regras de sua defensora.
O poder militar não tem como premissa única a realização de guerras. Ser poderoso militarmente é garantir a soberania plena de um povo, de uma nação. Ser forte permite a um país garantir seus interesses junto à comunidade econômica mundial e no cenário geopolítico.
No próximo artigo, será avaliado o Brasil como potência econômica e militar
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