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Visão Intercultural: Qual o primeiro pensamento a respeito da Coreia do Sul? No que você pensou?

Quando falamos em Brasil, qual a primeira coisa que vem à mente de um coreano? Então, não fiz essa pergunta ainda, mas vou começar a fazer, só tive essa ideia agora escrevendo esse artigo. Até imaginamos a resposta, mas como nossa imaginação está frequentemente errada, é melhor perguntar mesmo. E quanto a nós, brasileiros, qual o primeiro pensamento a respeito da Coreia? Bem, se você for igual à maioria das pessoas provavelmente pensará em (1) Conflito com a irmã do norte 2) Olimpíadas de Inverno em Pyeongchang, que encerrou a primeira etapa agora em fevereiro, e cuja Paraolimpíada vai até 18 desse mês. Por falar nisso, parabéns à Coreia, que alcançou em 7º lugar no ranking de medalhas, um avanço e tanto em relação a Sochi 2014, quando ficou em 12º lugar. Mas então, qual a chance de você pensar e Sejong City, a nova cidade administrativa da Coreia do Sul? Muito improvável. Pois fique sabendo que os coreanos estão construindo a sua Brasília, ou melhor, sua quase Brasília. Isso porque o plano de mudar a capital de Seul para Sejong City acabou não dando certo por questões políticas. A situação desejava fazer a mudança, mas a oposição acabou vencendo a disputa e sim, você está certo, Seul permanece sendo a capital da Coreia do Sul. Seja como for, em 2012 a cidade administrativa foi inaugurada, ainda que parcialmente, e hoje está com 6 anos de idade. É uma cidade jovem, já que sua construção está prevista para acabar somente em 2030. Mas por que o nome Sejong? Bem, estando aqui logo se aprende que o Rei Sejong é motivo de orgulho nacional, há um monumento imponente em sua homenagem em uma das principais avenidas de… Seul, e não de Sejong City. Se você passar por Seul certamente poderá vê-lo, e provavelmente aprenderá que ele foi o criador do Hangul, o alfabeto coreano. O Rei Sejong, o Grande, anunciou o alfabeto ao povo em 1446. Até então a língua coreana era apenas falada, e para a escrita emprestava os caracteres chineses. Hoje, séculos depois do projeto de criação do Hangul, podemos conferir na prática que esse foi um projeto vitorioso, pois alcançou os resultados esperados, ou seja, facilitou o aprendizado da escrita e da leitura para os coreanos, além de servir de símbolo de identidade nacional. Quanto a Sejong, a cidade, não o rei, apenas o tempo dirá se o projeto foi bem-sucedido em ser um símbolo da nação rumo a um maior desenvolvimento regional, visto que muito da Coreia se encontra, ainda, em Seul.

 

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Rodrigo Fluhr

Servidor Público Federal. Especialista em Projetos - MBA FGV.
Mestrando em Gestão Pública pela KDI School of Public Policy and Management - República da Coreia

1 Comentário

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  • Construir uma cidade do nada, planejando a data de término e ainda assim….cumprir o planejado. Algo tão corriqueiro em todo o planeta exceto no nosso Brasil. Mesmo não se tornando a capital, tudo está pronto. Para nós brasileiros, impressionante. Para o resto do mundo, normal. Aproveite esse momento aí Rodrigo vivendo no primeiro mundo. Por aqui, as coisas continuam normais (?).