Cotidiano Gestão de Pessoas

Seja Leve

Seja Leve

Será que a doença moderna é a falta de delicadeza com as pessoas e o eterno exercício da vigília é necessário para que a delicadeza – de alguma forma – volte a fazer parte do cotidiano das pessoas? Me parece tão raro ouvir “obrigado” ao invés de “valeu!”, que chego a pensar ser de outro planeta pessoas que utilizam a gentileza como um recurso social – ao mínimo – já que ela de fato, abre tantas portas e janelas e mundos. Será que é possível manter o viço da alma com tanta cara amarrada, tanta frase dúbia enroscada, tanta pressa desnecessária?

As pessoas se atrasam a compromissos e quando chegam, não tem o descalabro de pedir desculpas, mandar uma mensagem de texto avisando do imprevisto, ou mesmo ligando ou pedindo para que alguém se incumba disto. Parece ser “normal” atrasar, afinal de contas o trânsito, o outro compromisso… mil desculpas que não comportam justificativa para o tempo do outro.

Tal descuido nos faz crer que somos menos importantes, e que a vida atingiu uma mediocridade repugnante. Devemos cuidar das nossas relações sim, e melhor ainda, daqueles que fazem parte cotidiana das nossas vidas. Já vi pessoas tratarem melhor os estranhos da vida que seus próximos colegas de trabalho, parentes e cônjuges. Como assim?

A vida – definitivamente – vez ou outra necessita de pausas. Pausas para ajeitar a forma, o tom, o vocabulário, a emoção, e por que não, a análise. Escutar mais que falar é prova de sabedoria, pois é aí que você enxerga no outro aquilo que ele é. Se formos nós os condutores da conversa, perdemos este poder de entender o outro, já que nossa voz poderá calar a riqueza do outro. E o curioso aqui é que parar não é interromper, pois muitas vezes, continuar que é interromper.

Certa vez eu li que felicidade é o que depende do que acontece fora de nós, e alegria depende do que acontece dentro de nós, por isso, peço sempre, alegria para que eu tenha doçura, e sabedoria para os momentos de dores, quedas e provações, pois nada deveria tirar o extrato da leveza que é viver e acreditar que os percalços existem para nos deixar fortes, humildes e nos lembrarmos sempre, que somos humanos, falíveis e cheios de defeitos.

“Dois excessos: excluir a razão, admitir apenas a razão.”
Blaise Pascal

Avatar

Ana Luiza Alves Lima

Nascida em Santos, São Paulo, Brasil. Advogada e Consultora na Gestão de Pessoas em São Paulo – SP, Brasil. Formação: Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Santos (UniSantos-SP); Pós-graduado em Gestão de Seguros (Fundação Getúlio Vargas – FGV-SP); Consultora do Serviço Nacional do Comércio (SENAC para cursos livres e de pós graduação) e Administração de Recursos Humanos, pelo SENAC/SP. Membro da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo e da Associação dos Advogados de São Paulo.

Deixe seu comentário

Clique aqui para publicar um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.